Essa dúvida é comum entre empreendedores e pessoas que usam maquininhas para receber pagamentos: é permitido passar o próprio cartão de crédito na maquininha para sacar o limite e receber o dinheiro na conta?
A resposta é não. Essa prática é considerada irregular pelo Banco Central e pelas operadoras de cartão, por configurar um auto financiamento, ou seja, um empréstimo para si mesmo, disfarçado de venda.
Embora tecnicamente seja possível inserir o cartão na maquininha, digitar o valor e receber o dinheiro depois, esse uso foge da finalidade da máquina — que é registrar vendas legítimas — e pode ter consequências graves para quem insiste.
Por que essa prática é proibida?
O que diz o Banco Central?
O Banco Central não permite que as maquininhas sejam usadas para fazer empréstimos a si mesmo, pois isso burla as regras do sistema financeiro. Essa operação mascara uma transação de crédito como se fosse uma venda, prejudicando a integridade do mercado de pagamentos.
Além disso, essa prática impede a avaliação adequada do risco de crédito e pode afetar a análise do comportamento financeiro do cliente.
Quais os riscos de passar o próprio cartão na maquininha?
Embora muita gente relate que “já fez e nunca deu problema”, a realidade é que existem sistemas de inteligência das operadoras de maquininhas justamente para identificar esse tipo de comportamento. Veja os principais riscos:
Bloqueio do saldo e do cartão
Se o sistema identificar que você está se auto financiando, a operadora pode bloquear imediatamente o valor recebido, e o banco emissor do cartão pode cancelar ou restringir seu limite.
Descredenciamento da maquininha
As empresas de adquirência (as que fornecem as maquininhas) podem descredenciar você como cliente, impedindo novas vendas e bloqueando qualquer saldo pendente por até 120 dias — e, em alguns casos, sem liberação do valor.
Registro no histórico de crédito
Essas ocorrências podem prejudicar sua reputação no mercado, pois as instituições financeiras compartilham informações por meio do sistema de crédito aberto (open banking), dificultando a obtenção de novos serviços financeiros no futuro.
Existe uma alternativa segura?
Para quem precisa urgentemente de dinheiro e tem limite no cartão de crédito, a solução correta é utilizar o saque emergencial autorizado pelo banco emissor — aquele que já aparece na fatura como “crédito para saque”. Nesse caso, os juros são altos, mas a operação é formal e legalizada.
Outra opção é conversar com alguém de confiança para realizar uma venda simbólica (desde que verdadeira) e receber o valor. Mas, mesmo assim, deve-se ter cautela para não forjar transações.
Por que algumas pessoas ainda arriscam?
Muitos empreendedores recorrem a essa prática por desconhecimento das regras ou por necessidade imediata de caixa. Porém, como vimos, o risco não compensa. Mesmo que “funcione” por um tempo, a qualquer momento os sistemas antifraude podem detectar o padrão e punir.
Evite dores de cabeça
A maquininha de cartão foi criada para facilitar vendas legítimas, não para fornecer empréstimos camuflados. Passar o próprio cartão para sacar dinheiro pode parecer uma solução fácil, mas traz riscos altos e desnecessários.
Se você precisa de crédito, busque alternativas formais e autorizadas pelo Banco Central, evitando comprometer seu negócio e seu histórico financeiro.
Dica extra: fique atento às novidades
Existem maquininhas autorizadas pelo Banco Central a oferecer empréstimos e adiantamentos de recebíveis de forma legal e transparente. Informe-se com sua operadora sobre essas opções para não colocar sua conta em risco.
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