O fundo imobiliário XPML11, especializado em shoppings centers, apresentou em seu último relatório gerencial um desempenho robusto. As vendas dos lojistas impulsionadas pelo Dia das Mães — segundo maior evento do varejo brasileiro — trouxeram aumento relevante de receita, enquanto a gestão realizou desinvestimentos estratégicos para reforçar o caixa.
No comparativo anual, as vendas mesmas lojas subiram 9,64%, enquanto as vendas por metro quadrado avançaram 1,8%. A receita imobiliária saltou cerca de R$ 20 milhões em maio frente a abril, atingindo R$ 1,03 por cota e permitindo o pagamento de R$ 0,92 por cota aos investidores, além de reforço de reservas.
Impacto do Dia das Mães no desempenho
O gráfico abaixo mostra a evolução da receita imobiliária ao longo dos últimos meses, destacando o efeito positivo do Dia das Mães sobre os resultados do portfólio do fundo.
Mês | Receita Imobiliária (R$ milhões) |
---|---|
Março | 80 |
Abril | 82 |
Maio | 102 |
Junho | 84 |
Venda de ativos e estratégias para a dívida
Além do desempenho operacional, o XPML11 movimentou seu portfólio com a venda integral da participação de 23% no Shopping D, que rendeu um lucro de R$ 5,6 milhões e um retorno anualizado próximo de 30%. Também foi recebido um saldo de R$ 32 milhões referente à venda anterior do Shopping Cerrado.
Essas operações, somadas à venda de cotas de outros fundos imobiliários no valor de R$ 66 milhões, reforçam o caixa para enfrentar os cerca de R$ 800 milhões em dívidas com vencimento no fim do ano.
Caminhos para lidar com a alavancagem
O relatório detalha as alternativas em estudo para lidar com a dívida: venda de ativos adicionais, nova emissão de cotas (improvável no curto prazo por estar abaixo do valor patrimonial) ou uma operação de alavancagem via securitização.
Segundo a gestão, a alavancagem deve ser a principal via, por ser menos dilutiva para os cotistas e manter os dividendos em patamares atrativos. O índice de alavancagem projetado pode subir para pouco mais de 30% do patrimônio líquido — ainda considerado saudável para um fundo com mais de R$ 6 bilhões em ativos sob gestão.
Apesar das preocupações do mercado com o nível da dívida, a administração reforça que há tempo e liquidez para estruturar a melhor solução, sem comprometer a distribuição de rendimentos no curto prazo. As próximas decisões devem ser anunciadas nos últimos meses do ano, à medida que novas vendas de ativos possam reduzir ainda mais a necessidade de endividamento.
O XPML11 demonstra, assim, a força de sua operação e a capacidade de gerar valor aos cotistas mesmo diante de desafios financeiros, permanecendo como um dos principais fundos de shoppings do mercado.
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