LDO 2026: Governo prevê salário mínimo de R$ 1.630 e crescimento de 2,5% no PIB

O governo federal divulgou nesta terça-feira (16) a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, documento que antecipa os principais parâmetros econômicos para o próximo ano e serve como base para a elaboração do Orçamento da União. Entre os destaques da proposta, estão a previsão de salário mínimo de R$ 1.630, meta fiscal de superavit primário de 0,25% do PIB e uma expectativa de crescimento econômico de 2,5%.

O que é a LDO e por que ela importa

A LDO é uma das peças fundamentais do planejamento orçamentário do país. Ela estabelece as metas fiscais e as diretrizes para elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), definindo como o governo pretende arrecadar e gastar recursos públicos. Mais do que um documento técnico, a LDO impacta diretamente o cotidiano dos brasileiros — desde reajustes salariais até investimentos públicos em saúde, educação e infraestrutura.

Salário mínimo de R$ 1.630 em 2026

A proposta do governo estabelece que o salário mínimo em 2026 será de R$ 1.630, um aumento em relação ao valor atual de R$ 1.412. Esse reajuste segue a nova política de valorização do salário mínimo, que leva em consideração a inflação do ano anterior (INPC) e o crescimento do PIB de dois anos antes — neste caso, o ano de 2024.

Impacto na economia:
O aumento do salário mínimo influencia diretamente os gastos do governo com aposentadorias, pensões e benefícios sociais, como o Bolsa Família e o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Repercussão social:
Além de reajustar a renda de milhões de trabalhadores, o novo mínimo serve como referência para contratos trabalhistas, tributos e até contribuições previdenciárias.

Meta fiscal: superavit de 0,25% e déficit zero

Outro ponto relevante da LDO 2026 é a meta de resultado primário positivo de 0,25% do PIB, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que, mesmo no pior cenário projetado, o governo ainda manteria um déficit fiscal zero.

Essa meta reafirma o compromisso com o novo arcabouço fiscal aprovado em 2023, que substituiu o antigo teto de gastos. A trajetória esperada é de superavits crescentes: 0% em 2026, 0,5% em 2027 e 1% em 2028.

PIB e inflação: projeções conservadoras

A expectativa do governo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026 é de 2,5%, repetindo a projeção feita na LDO anterior, referente a 2025. Já a inflação estimada é de 3,5%, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Resumo das projeções econômicas da LDO 2026:

  • Salário mínimo: R$ 1.630

  • PIB: crescimento de 2,5%

  • Inflação (IPCA): 3,5%

  • Meta fiscal (resultado primário): superavit de 0,25% do PIB

Contexto atual: inflação ainda acima da meta

Apesar da projeção otimista para a inflação em 2026, o cenário atual ainda exige atenção. A inflação anualizada está acima de 5%, superando a meta definida pelo CMN. Esse descompasso impõe desafios ao Banco Central, que precisa calibrar a taxa Selic para conter a pressão inflacionária sem comprometer o crescimento econômico.

O que esperar a partir de agora

A proposta da LDO 2026 ainda será debatida no Congresso Nacional e pode sofrer alterações antes de ser aprovada. No entanto, o texto já sinaliza as intenções do governo para o próximo ano: rigor fiscal, crescimento sustentável e preservação do poder de compra da população.

Próximos passos:

  • Discussão e votação da LDO no Congresso até julho de 2025

  • Envio do projeto da LOA até 31 de agosto

  • Definição do valor definitivo do salário mínimo com base na inflação acumulada de 2025

Com a previsão de salário mínimo mais alto, equilíbrio nas contas públicas e crescimento moderado, a LDO 2026 propõe um cenário de estabilidade e responsabilidade fiscal. Para os brasileiros, essas metas refletem tanto no bolso quanto na expectativa por políticas públicas mais eficientes.

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