Mãe de jovem morta com sinais de espancamento em Jaboticabal, SP, acusa genro: ‘Batia até em mim’


Mãe de jovem espancada e morta em Jaboticabal, SP, pede justiça
A mãe da jovem de 21 anos que morreu em Jaboticabal (SP) com sinais de espancamento disse que a filha sofria violência doméstica por parte do companheiro.
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Segundo Viviane dos Santos Oliveira, Raiane dos Santos sofria agressões constantes por parte do marido, Eudes Caires Novais, de 35 anos. Ela também contou que chegou a ser agredida pelo genro, confirmando o comportamento violento dele.
“Ele batia nela grávida, com a criança no colo, a espancava 24 horas. E ela com 21 anos, sem cabeça, sofria na mão dele, porque não tinha saída. Ele batia até em mim. Uma vez ele quase me matou com facão”, afirmou.
Raiane foi encontrada em casa inconsciente e com vários hematomas pelo corpo na noite de quarta-feira (16). Ela chegou a ser socorrida e levada a uma unidade de saúde, mas morreu nesta quinta-feira (17).
Eudes foi preso em flagrante por suspeita de feminicídio. Até a última atualização desta matéria, a defesa dele não havia sido localizada para comentar o caso.
Raiane dos Santos morreu com sinais de espancamento em Jaboticabal, SP
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Inconformada, a mãe de Raiane clamou por justiça para a filha.
“Eu quero justiça sim. Que Deus venha fazer a justiça tremendamente. Porque minha filha não merecia isso. O meu neto está precisando dela. O que ele fez com a vida da minha filha? A justiça tem que ser feita.”
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Segundo o boletim de ocorrência, um vizinho foi acordado na noite de quarta-feira pelo marido de Raiane, que disse que a esposa havia sido envenenada. O homem foi até a residência do casal, no bairro Jardim Santa Rosa, e encontrou a jovem inconsciente, com vários hematomas pelo corpo.
Raiane foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jaboticabal.
À polícia, Eudes manteve a versão de que Raiane foi envenenada, mas não conseguiu descrever detalhes. Ele também negou a possibilidade da presença de outras pessoas na residência e disse não ter notado os hematomas na mulher.
Vítima tinha sinais de agressão
Médicos que atenderam a jovem constataram afundamento craniano, trauma na face, trauma no maxilar e hematomas pelo corpo, o que, segundo eles, condiz com sinais de agressão.
A delegada Giovanna Scudelari, responsável pelo caso, confirmou que a mulher foi agredida, mas ressaltou que ainda não é possível concluir como foram as agressões e se apenas elas causaram a morte.
“Recebemos fotos, que estão no inquérito, que indicam uma agressão, mas a gente ainda não sabe dizer o tipo da agressão. Mas, sim, ela estava agredida.”
Viviane dos Santos Oliveira, mãe de Raiane dos Santos, que morreu em Jaboticabal, SP
Aurélio Sal/EPTV
Segundo a delegada, ainda que seja improvável, o envenenamento não está descartado. O exame pericial no corpo de Raiane deve ajudar a esclarecer as causas da morte.
“A gente não descarta nenhuma possibilidade. A hipótese do envenenamento é improvável, mas não impossível. O corpo dela vai ser enviado para o exame necroscópico. Nesse exame, vão ser constatadas tanto as lesões como qualquer tipo de substância química, física ou biológica que tenha no corpo dela”, disse.
A casa do casal também passou por perícia. De acordo com a delegada, o trabalho pode ajudar a entender se algum tipo de arma ou objeto foi usado nas agressões e como foi a dinâmica do crime.
Filho pode ter visto crime
Raiane era mãe de uma criança de dois anos, fruto do relacionamento com Eudes. Ela está sob os cuidados do Conselho Tutelar. A presença do filho menor de idade no momento do crime pode se tornar um agravante no caso.
“O feminicídio já é um crime qualificado. E o fato de a criança estar presente também é causa de aumento de pena. Então, é também uma situação que a gente precisa apurar, mas pode, sim, ser uma agravante na pena dele”, disse a delegada Giovana Scudelari.”
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