O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, confirmou nesta semana que cerca de 1 milhão de famílias deixaram de receber o Bolsa Família no mês de julho. O motivo, segundo o ministro Wellington Dias, está relacionado ao encerramento do prazo da chamada “regra de proteção” e ao aumento da renda dos beneficiários, que passaram a não se enquadrar mais nos critérios do programa.
Essa saída em massa, que gerou dúvidas e apreensão entre os beneficiários, está diretamente vinculada à melhora socioeconômica dessas famílias. “Estamos falando de quase 1 milhão de famílias que superaram a linha da pobreza e agora permanecem no Cadastro Único, mas não precisam mais do benefício”, afirmou o ministro em vídeo divulgado nas redes sociais.
Entenda o que é a regra de proteção
A regra de proteção é um mecanismo criado para garantir uma transição mais segura para famílias que melhoraram sua renda, evitando o corte imediato do Bolsa Família. Por essa regra, beneficiários que ultrapassavam o limite de renda continuavam recebendo metade do benefício por até dois anos (24 meses).
No entanto, desde julho de 2025, essa regra sofreu alterações. Agora, o período máximo de permanência foi reduzido para 12 meses e em alguns casos, como aposentadoria ou concessão do BPC, o tempo é ainda menor: apenas 2 meses. O valor da renda per capita para permanecer no programa também mudou: antes, era considerado meio salário mínimo. Agora, o limite é fixado em R$ 706 por pessoa.
Segundo o governo, mais da metade das famílias desligadas do Bolsa Família neste mês já haviam completado os 24 meses da antiga regra de proteção.
Milhares recebem mensagens de cancelamento
Usuários do aplicativo Bolsa Família ou Caixa Tem começaram a receber notificações como:
“Benefício cancelado. Sua família permaneceu por 2 anos na regra de proteção. A partir deste mês, deixa de receber o benefício por renda maior que o permitido.”
O aviso ainda orienta que, caso a família volte a ter queda de renda, pode solicitar o retorno ao programa por meio da atualização do Cadastro Único no CRAS, sem precisar enfrentar fila esse é o chamado “retorno garantido”.
Pagamentos de julho seguem em andamento
Apesar da saída de quase 1 milhão de famílias, o calendário de pagamentos do Bolsa Família segue normalmente neste mês de julho. Famílias com NIS final 1 já começaram a receber os valores desde o dia 18. Em cidades que decretaram estado de calamidade pública, como diversas do Rio Grande do Sul, Amazonas, Alagoas, Paraná, São Paulo e Roraima, os repasses estão sendo antecipados.
Ministro comemora melhora na renda
Durante entrevista, o ministro Wellington Dias destacou que o desligamento é resultado de políticas públicas que incentivam a qualificação profissional e o empreendedorismo. “São quase 1 milhão de famílias que conseguiram emprego, aumentaram a renda e agora vivem com mais dignidade. Isso mostra que o povo do Cadastro Único quer trabalhar e quer ajudar o Brasil”, afirmou.
No entanto, há relatos de beneficiários que alegam terem sido desligados mesmo sem alcançar o limite de renda ou o tempo mínimo de permanência na nova regra de proteção. Por isso, especialistas recomendam que os beneficiários consultem os aplicativos e, se necessário, atualizem seus dados no CRAS da sua cidade.
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