Nova placa solar funciona à noite e pode reduzir uso de baterias

Pesquisadores da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha, deram um passo importante para transformar a forma como aproveitamos a energia solar. Eles desenvolveram uma nova placa solar híbrida que, além de gerar eletricidade durante o dia, armazena energia térmica para ser utilizada à noite, reduzindo a necessidade de baterias e aumentando a eficiência do sistema. O protótipo ainda enfrenta desafios, mas já apresenta resultados impressionantes nos testes iniciais.

Como funciona a nova tecnologia?

Diferente dos painéis solares tradicionais, que param de funcionar quando o sol se põe e dependem de baterias ou da rede elétrica, a nova placa híbrida consegue manter a geração de energia à noite — utilizando o calor armazenado durante o dia.

H2 – Célula solar híbrida com tecnologia MOST

O segredo está na combinação de duas tecnologias em um único dispositivo:

  • Célula solar de silício tradicional, que converte a luz do sol em eletricidade.

  • Sistema de armazenamento molecular solar (MOST), que armazena calor.

Durante o dia, enquanto a célula de silício capta a energia solar, o sistema MOST — feito de moléculas orgânicas sensíveis à luz ultravioleta — passa por uma transformação química, acumulando calor. Esse calor armazenado pode ser liberado à noite ou em períodos nublados para prolongar o funcionamento do sistema.

Vantagens da nova placa solar

Além de fornecer energia mesmo no escuro, a tecnologia traz outros benefícios relevantes:

H3 – Resfriamento da célula fotovoltaica

O sistema MOST atua como um filtro óptico, bloqueando parte da radiação que aquece demais a célula solar. Isso reduz a temperatura do painel em até 8 °C, o que melhora a eficiência e prolonga a vida útil dos componentes.

H3 – Maior eficiência energética

Com a soma da energia fotovoltaica e da energia térmica, o dispositivo alcançou um aproveitamento total de até 14,9% em testes de laboratório, superando o desempenho das tecnologias isoladas. Nos testes ao ar livre, os resultados se mantiveram consistentes, mesmo sob variação de sol, vento e temperatura.

H3 – Sustentabilidade dos materiais

Outro ponto positivo é que o sistema usa compostos abundantes e não tóxicos, como carbono e hidrogênio, ao contrário das baterias convencionais, que dependem de metais raros e poluentes.

Limitações atuais

Apesar dos avanços, a nova tecnologia ainda não substitui completamente as baterias. O calor armazenado no sistema MOST não consegue, por enquanto, ser convertido em eletricidade com alta eficiência. O processo atual, chamado de efeito termoelétrico, ainda apresenta perdas consideráveis.

Ou seja, a célula solar híbrida funciona como uma importante complementação ao sistema tradicional, reduzindo a dependência das baterias, mas não as eliminando.

O futuro da energia solar

A proposta dos pesquisadores é usar essa tecnologia não apenas para gerar energia elétrica, mas também para aquecimento de ambientes e água, aproveitando o calor armazenado. Isso abre novas possibilidades para o uso residencial, industrial e em locais remotos.

Se os desafios técnicos forem superados, as placas solares híbridas poderão se tornar um elemento comum nos telhados e usinas fotovoltaicas do mundo inteiro, contribuindo para um sistema energético mais sustentável e eficiente.

A nova placa solar híbrida não apenas mostra uma direção promissora para tornar os sistemas fotovoltaicos mais eficientes e menos dependentes de baterias, como também aponta para uma integração inteligente entre geração de energia elétrica e térmica. Embora ainda haja barreiras técnicas a superar, os resultados atuais são animadores e reforçam a importância da pesquisa e inovação para um futuro energético mais limpo e sustentável.

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