A professora de história Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, encontrada morta neste domingo (20), trabalhou normalmente no último dia de aula antes do recesso escolar, sem demonstrar qualquer sinal de que algo estivesse errado. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (21) pela irmã Roseli Hart, diretora do Colégio Santa Marcelina, onde a docente lecionava há oito anos. A escola está localizada no bairro São Luiz, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
“Não percebemos nenhuma mudança no comportamento dela. Trabalhou normalmente até o último dia antes do recesso, do jeitinho da Tati, sempre querida, como de costume”, disse a diretora. Soraya estava desaparecida desde a noite da última sexta-feira (18). Ela foi encontrada sob um viaduto no bairro Caieiras, em Vespasiano, na Grande BH, e apresentava sinais de violência.
Segundo a diretora, a instituição passou a acompanhar o caso no sábado (19), por volta das 18h, após uma professora receber uma ligação do filho de Soraya, de 32 anos. “A partir daí, começamos a tentar entender o que havia acontecido e mobilizamos a comunidade escolar para saber se ela havia conversado com algum colega. Dois professores, inclusive, ajudaram o filho dela nas buscas e chegaram a procurá-la em hospitais e em locais onde imaginávamos que ela poderia estar, até mesmo no IML”, relatou.
No domingo de manhã, a escola divulgou, por meio das redes sociais, um comunicado sobre o desaparecimento nas redes sociais. “Foi uma notícia muito triste, não só para os familiares, mas também para a comunidade escolar. Mesmo com o recesso, percebemos uma mobilização muito grande dos pais e os alunos”, comentou.
Professora era muito querida e amada pela comunidade escolar
Soraya lecionava no Colégio Santa Marcelina desde 2017, ministrando aulas para turmas do 7º e 9º anos. Ao longo dos anos, mais de 2 mil alunos passaram por ela, sendo considerada uma professora amorosa, responsável e muito querida por todos. “Ela era muito dedicada, responsável e fazia tudo com amor. Sempre tinha uma mensagem de carinho e motivava muito os alunos a estudarem. A marca dela era o sorriso e a gentileza”, disse.
A docente ainda coordenava o “Projeto e Cidadania”, uma pesquisa realizada com alunos do 9º ano relacionados à temas voltado para a atuação cidadã, como a igualdade e a justiça social. “Ela era muito apaixonada pela educação. Era uma professora extraordinária”, comentou a irmã Roseli Hart.
Receber a notícia de que alguém tão próximo e tão amado teve a vida encerrada de forma tão brutal, trágica e inesperada é extremamente doloroso. Mas, olhando pelo lado da fé, e sabendo que a professora Soraya vivia essa fé, temos a certeza de que ela está em um bom lugar. Soraya foi uma pessoa que sempre viveu para o bem e plantava esse bem no coração de seus alunos. Agora, ela colherá isso na eternidade”, disse.
Despedida
Familiares e amigos se despedem da professora nesta segunda-feira (21). O velório vai ocorrer no Cerimonial Santa Casa BH, localizado na rua Domingos Vieira, 600, no bairro Santa Efigênia, das 17h30 às 22h. Já o sepultamento está marcado para a manhã de terça-feira (22), às 9h30, no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte.
Entenda
O corpo de Soraya estava parcialmente coberto por um lençol e vestia apenas uma blusa cinza. A perícia da Polícia Civil (PCMG) identificou marcas semelhantes a queimaduras na parte interna das coxas da vítima, além de manchas de sangue, o que levanta suspeita de violência sexual.
No local, não foram encontrados documentos, apenas um óculos escuro. A causa da morte será esclarecida após exames no Instituto Médico-Legal (IML).
Quem deu falta da professora foi o filho, de 32 anos, que não estava conseguindo entrar em contato com ela. Ele contou à polícia que a viu pela última vez na noite de sexta-feira (18), quando ela estava na sala usando uma camisola cinza. Como o apartamento estava trancado e sem sinais de arrombamento, a polícia registrou o caso como desaparecimento.
Após a localização do corpo, o filho fez o reconhecimento no IML.
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