Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma tecnologia inédita no Brasil para combater mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya. O chamado “repelente espacial” é um composto que pode ser aplicado em tecidos e funciona liberando, de forma contínua, substâncias que afastam os insetos do ambiente.
Diferente dos repelentes convencionais, que precisam ser aplicados diretamente na pele ou ligados na tomada, o Repeltex® oferece proteção prolongada e sem cheiro, com duração de até quatro meses. O efeito, no entanto, não se limita apenas ao objeto tratado, o repelente age no espaço ao redor da pessoa, protegendo inclusive quem estiver por perto.
Repelente em forma de chinelo
Os primeiros testes da tecnologia foram feitos em sandálias de juta, material escolhido por sua porosidade e baixo custo. Segundo a UFMG, o chinelo foi pensado como uma aplicação prática e acessível do repelente, já que os pés e as pernas são áreas frequentemente picadas por mosquitos.
Agora, o repelente já pode ser usado em tecidos variados, como os de mochilas, cortinas, uniformes e móveis. A universidade informa que os produtos estarão disponíveis no mercado nos próximos meses.
Os testes foram conduzidos entre 2016 e 2019, em Belo Horizonte e na Tanzânia, e envolveram 100 pares de calçados com o tecido tratado. Ainda de acordo com a UFMG, os resultados mostraram eficácia de 74% contra o Aedes aegypti e 84% contra o mosquito da malária (Anopheles darlingi).
A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG em parceria com a startup InnoVec, incubada no BH-Tec. A empresa foi criada em 2023 com o objetivo de levar a solução ao mercado.
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