O Metrô de São Paulo oficializou, neste mês de julho, o contrato com a fabricante chinesa CRRC Sifang para o fornecimento de 44 novos trens que irão compor a Frota R. As composições estão destinadas às Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, com foco inicial na expansão da Linha 2 até Penha.
A novidade mais relevante é que esses trens virão com tecnologia de ponta para operação autônoma, sem necessidade de condutores — sistema semelhante ao da Linha 4-Amarela e do monotrilho da Linha 15-Prata.
Primeira entrega prevista para 2027
Segundo o edital de licitação, o primeiro trem da Frota R deve ser entregue até o 21º mês após a assinatura do contrato, ou seja, até junho de 2027. O último trem da série tem prazo de entrega para o 58º mês. Ao menos 22 unidades devem ser destinadas à Linha 2-Verde, que está em expansão entre Vila Prudente e Penha.
Há uma possibilidade de que, durante a fase de testes, trens mais antigos — das frotas I e J — sejam usados temporariamente na nova extensão, até a homologação e entrada em operação plena da nova frota.
Tecnologia de ponta e possível produção local
A CRRC Sifang, subsidiária da estatal chinesa CRRC, já forneceu trens para a CPTM (série 2500) e aparece como provável fornecedora também para o projeto do trem intercidades entre São Paulo e Campinas. Ainda não está confirmado se os trens da Frota R serão fabricados na China ou em solo paulista, mas, com uma demanda crescente que inclui a futura Linha 19-Celeste (com mais 31 trens previstos), cogita-se a instalação de uma fábrica da CRRC no estado.
Inovações da Frota R
A nova Frota R trará avanços significativos em relação às composições mais antigas. Os destaques são:
Características da Frota R | Detalhes |
---|---|
Operação autônoma (GoA4) | Capaz de operar sem condutor, como nas linhas 4 e 15 |
Gangway (passagem entre carros) | Permite livre circulação entre os vagões |
Tomadas USB | Carregamento de dispositivos móveis a bordo |
Portas com abertura externa | Semelhantes às do monotrilho, possibilitando janelas maiores |
Design mais moderno e acessível | Adequado aos padrões internacionais de conforto e tecnologia |
Embora o Metrô de São Paulo não tenha declarado oficialmente a retirada de operadores, documentos técnicos internos apontam a Linha 2-Verde como a primeira a testar o sistema autônomo da Frota R. A decisão pode gerar embates com o sindicato dos metroviários, já que impacta diretamente na estrutura operacional tradicional.
Expansão estratégica e ganhos logísticos
O contrato representa um avanço na modernização do transporte público da capital paulista e se soma a outras frentes de expansão previstas até 2030. Além da Linha 2, os trens também devem beneficiar outras linhas, seja diretamente ou via realocação das frotas existentes.
A Frota R integra um movimento maior do Governo do Estado de São Paulo para automatizar, ampliar e diversificar a capacidade da malha metroviária da cidade, em linha com as práticas adotadas por grandes metrópoles ao redor do mundo.
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