Condomínio em SP: perguntas e respostas sobre reconhecimento facial, ‘efeito carona’ e segurança dos dados biométricos

Marcio Rachkorsky tira dúvidas sobre a vida em condomínio
A tecnologia de reconhecimento facial e biometria é uma ferramenta que facilita a vida dos condôminos na maioria dos casos, mas traz consigo uma série de questionamentos.
No SP1, o especialista Marcio Rachkorsky esclarece as principais dúvidas de moradores e funcionários, desde o “efeito carona” até a segurança dos dados pessoais. Confira:
🚗 “Efeito carona”: como agir na entrada do prédio com reconhecimento facial?
O “efeito carona” acontece quando um morador, após ter sua entrada liberada por reconhecimento facial, é abordado por outra pessoa que pede para segurar o portão aberto, aproveitando a situação para entrar no condomínio. Se for uma pessoa mal-intencionada, ela “pega carona” e entra no condomínio.
Como agir? Rachkorsky é enfático: “Gentileza e segurança não combinam neste caso”. A orientação é que o morador, de forma gentil, feche a porta pela segurança de todos. O próximo indivíduo deverá usar seu próprio reconhecimento facial para ter acesso.
🤳 Como garantir a segurança dos dados biométricos ao iniciar um novo sistema no condomínio?
Para que os moradores se sintam seguros, a administração do prédio tem que disponibilizar o contrato assinado com a empresa responsável pelo sistema. É importante que os moradores possam pesquisar sobre a idoneidade da empresa.
O especialista também aponta que é preciso verificar se a empresa cumpre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
🚫 O que fazer se o sistema de reconhecimento facial falhar, e o morador não conseguir entrar rapidamente?
A tecnologia não é 100% infalível. Pode haver falhas no reconhecimento ou dificuldades no cadastro inicial. Para evitar que o morador fique desprotegido na rua, é fundamental que haja um “plano B” ou um sistema de entrada alternativo, como um chaveirinho ou uma tag de acesso.
Rachkorsky ressalta que a responsabilidade por um assalto ocorrido na rua não pode ser transferida para o condomínio, mas a agilidade na entrada é um ponto a se pensar.
🧹 Funcionários domésticos que trabalham há muito tempo no local podem ter o reconhecimento facial para facilitar a entrada?
Sim, essas pessoas podem e devem ser cadastradas. O especialista explica que o sistema deve ser “inteligente” para permitir diferentes níveis de reconhecimento: um para o morador, outro para o prestador de serviço esporádico, e um específico para quem vem todo dia, como uma pessoa que faz serviços domésticos.
🫂Como o sistema deve gerenciar o acesso de visitantes esporádicos para manter a segurança?
É essencial que a inteligência do sistema permita que a validade do acesso para o visitante seja apenas para aquele dia. Rachkorsky alerta que é importante perguntar às empresas, no momento da contratação, se elas possuem essa tecnologia que permite a diferenciação de acesso. Caso contrário, qualquer pessoa cadastrada esporadicamente pode ter acesso ao prédio “para o resto da vida”, comprometendo a segurança.
👩‍💻Quem é o responsável pela manutenção dos sistemas de segurança: o síndico ou a empresa contratada?
Marcio Rachkorsky recomenda que o síndico não interfira na manutenção do equipamento, mesmo que possua conhecimento técnico. A responsabilidade pela manutenção deve ser da empresa contratada e de técnicos habilitados. Se o síndico realizar a intervenção e algo acontecer, a responsabilidade poderá recair sobre o condomínio.
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