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Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a safra colhida em 2025 pode ser exportada em 2026, reduzindo em parte a preocupação do setor. Isso pode ser fundamental para os exportadores, que estão aguardando que o café seja incluído na lista de exceções ao tarifaço de 50%.Conforme dados da consultoria Safras e Mercados, neste ano, foi colhido cerca de 85% do café arábica brasileiro, o tipo mais exportado pelos EUA. A partir deste mês, ele começa a ficar disponível para exportação e boa parte ainda não foi negociado.O secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, declarou recentemente que o café pode entrar numa categoria de produtos com tarifa zero de importação, apesar do Brasil e nenhum outro país ser citado.Outro ponto a favor dos exportadores é a importância do café brasileiro para os EUA, que são os maiores consumidores da bebida no mundo e com pouca produção. O Brasil é responsável por um terço do café consumido nos Estados Unidos com 44% da produção mundial de café arábica, o tipo mais importado pelos americanos. Os concorrentes têm participação bem menor.Nos EUA, boa parte do café arábica brasileiro é usada em blends, misturado a grãos mais suaves de países como Colômbia e outros da América Latina. O café nacional, conhecido pelo corpo e doçura, equilibra o sabor final do produto consumido nos EUA.As conversas entre exportadores e importadores estão em ritmo lento. “O impacto econômico é claro, e os compradores sabem que não há como substituir o Brasil. Por isso, a demora é natural”, afirma Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé. Mesmo que o café permaneça entre os itens taxados, não há previsão de quanto tempo o tarifaço vai durar, o que aumenta a insegurança no setor.