No Paris Air Show 2025, realizado no aeroporto de Le Bourget, a Airbus apresentou em primeira mão uma de suas inovações mais ousadas: o Racer (sigla para Rapid And Cost-Effective Rotorcraft), uma aeronave híbrida que combina a verticalidade dos helicópteros com a velocidade dos aviões turboélice.
Um novo conceito de mobilidade aérea
Projetado como uma plataforma de demonstração tecnológica, o Racer não é um helicóptero convencional. Ele possui:
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Rotor principal com cinco pás para decolagens e pousos verticais.
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Duas hélices traseiras laterais no estilo “pusher”, que permitem atingir velocidade de até 240 nós (aproximadamente 445 km/h).
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Design bimotor, com sistema que permite operar com apenas um motor em voo de cruzeiro, gerando economia de até 25% no consumo de combustível.
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Ausência de rotor de cauda, substituído pelo torque gerado pelas hélices laterais.
Segundo o engenheiro-chefe do projeto, Bris Maquina Jam, “um piloto de helicóptero precisa de apenas 20 minutos de instrução para operar o Racer”.
Tecnologias e diferenciais
O Racer é fruto de uma colaboração internacional que envolve 40 parceiros de 13 países europeus e mais de 90 patentes registradas. Além disso:
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A estrutura aerodinâmica possui asas que também geram sustentação, aumentando a eficiência em voo.
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O trem de pouso retrátil reduz o arrasto, favorecendo o desempenho em velocidade.
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A fuselagem lembra a do H160, mas com espaço interno adaptável para até 12 passageiros em missões offshore.
Essa combinação de tecnologias permite que o Racer atue com flexibilidade em ambientes de difícil acesso, como plataformas marítimas ou áreas remotas.
Tabela comparativa: Racer vs helicópteros convencionais
Característica | Racer Airbus | Helicóptero Convencional |
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Velocidade máxima | 445 km/h (240 nós) | 250 km/h (135 nós) |
Tipo de propulsão | Rotor + hélices | Rotor principal + cauda |
Economia de combustível | Até 25% | Padrão |
Capacidade operacional | Bimotor, voa com 1 | Bimotor, mas sempre 2 |
Número de patentes | +90 | Dependente do modelo |
Aplicações futuras e próximos passos
Apesar de ainda estar em fase de testes e demonstração, o Racer já demonstra grande potencial para diversas finalidades:
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Missões de resgate e emergência, onde o tempo é crítico.
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Transporte offshore, combinando alcance e pouso vertical.
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Aplicações militares, pela agilidade e eficiência operacional.
Seu primeiro voo ocorreu em 25 de abril de 2024, na França, e os testes continuam sob rigorosa supervisão da equipe de desenvolvimento da Airbus. O objetivo é validar a viabilidade do conceito para futura produção em escala.
O Racer representa um avanço significativo na busca por aeronaves mais rápidas, eficientes e versáteis. Combinando engenharia de ponta, design inovador e sustentabilidade, o projeto reforça a liderança da Airbus no desenvolvimento de soluções disruptivas para o setor aeronáutico.
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