Um estudo recente da Universidade de Stanford revela que a inteligência artificial (IA), apesar dos avanços e investimentos bilionários, ainda deixa a desejar em relação às principais expectativas dos trabalhadores. A pesquisa entrevistou 1.500 profissionais de 104 ocupações diferentes nos Estados Unidos e apontou uma discrepância significativa entre o que os funcionários desejam que seja automatizado e o que a IA realmente consegue executar com eficácia.
Expectativas vs. realidade: o que os trabalhadores querem da IA
Segundo o levantamento, os trabalhadores demonstram entusiasmo com o uso da inteligência artificial para automatizar tarefas rotineiras e repetitivas, como agendamento de compromissos, organização de arquivos e revisão de dados. No entanto, mostram resistência quanto ao uso da IA em atividades que envolvam criatividade, comunicação interpessoal ou tomada de decisões críticas.
Principais descobertas do estudo de Stanford:
Tarefa | Desejada pelos trabalhadores | Bem executada pela IA |
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Agendamento de reuniões | 82% | 68% |
Organização de arquivos | 76% | 59% |
Correção de erros em registros | 71% | 55% |
Atendimento ao cliente | 29% | 41% |
Criação de conteúdo | 19% | 36% |
Empresas investem onde os trabalhadores não querem
O estudo aponta que muitas empresas estão priorizando o desenvolvimento de tecnologias voltadas a áreas que os funcionários não consideram úteis ou relevantes. Enquanto isso, setores com grande demanda por automação seguem negligenciados, seja por limitações técnicas da IA atual, seja por falta de escuta ativa por parte das lideranças.
Entre os exemplos mais citados pelos trabalhadores como desejáveis para automação estão:
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Agendamentos com clientes
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Organização e busca de arquivos internos
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Detecção e correção de inconsistências em dados
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Triagem inicial de e-mails e documentos
Por outro lado, ferramentas voltadas para chatbots comerciais, geração automatizada de conteúdo ou diagnósticos sem supervisão humana foram apontadas como áreas com menor aceitação e maior desconfiança.
A corrida entre avanço tecnológico e aplicação prática
Embora as capacidades da inteligência artificial estejam crescendo rapidamente — como demonstram sistemas generativos usados por empresas como Microsoft, Amazon e Google — a velocidade de adoção útil no mercado de trabalho ainda não acompanha esse ritmo. Isso revela a importância de alinhar expectativas, treinamento e investimentos com as reais necessidades dos usuários finais.
Segundo os pesquisadores, é fundamental que estudos como este sejam constantemente atualizados para acompanhar os avanços e orientar empresas a adotar tecnologias que realmente contribuam para a produtividade, reduzam a sobrecarga e melhorem a experiência profissional.
Cenário internacional também interfere
A pesquisa foi divulgada em meio a um contexto global de mudanças tecnológicas e geopolíticas. Nos últimos dias, os Estados Unidos suspenderam restrições à exportação de chips para a China, o que deve impactar diretamente empresas como a Nvidia, fabricante do chip H20 voltado ao mercado chinês. A medida, que marca uma reaproximação entre EUA e China, pode influenciar o ritmo de inovação e adoção de IA globalmente.
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