Brasil amplia mistura de biocombustíveis e promete R$ 15 bi em investimentos

O governo federal oficializou nesta sexta-feira (1º) a elevação das misturas obrigatórias de biocombustíveis no Brasil. A partir de agora, a gasolina passa a conter 30% de etanol anidro (E30), enquanto o diesel terá 15% de biodiesel (B15).

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a medida faz parte da chamada “Lei do Combustível do Futuro”, que busca reduzir a dependência de derivados de petróleo importados e reforçar a autossuficiência energética do país.

“Com este ato histórico, o Brasil volta a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos e reduz a necessidade de importação de diesel. Isso é soberania energética”, destacou o ministro Alexandre Silveira.

Impacto econômico e investimentos previstos

A mudança deve gerar mais de R$ 10 bilhões em investimentos na cadeia produtiva do etanol e R$ 5 bilhões em projetos ligados ao biodiesel, como novas plantas de esmagamento de soja e unidades de produção.

Para Daniel Amaral, diretor de economia e assuntos regulatórios da Abiove, o aumento da mistura obrigatória já apresenta resultados práticos. “A maior demanda por óleo vegetal para biodiesel impulsionou a oferta de farelo proteico, aumentando a competitividade da cadeia no país”, afirmou.

Desafios e perspectivas para o setor

Embora o Brasil tenha matéria-prima e capacidade industrial suficientes para atender à nova demanda no curto prazo, especialistas alertam que novos investimentos serão essenciais no longo prazo, incluindo expansão da produção agrícola, construção de fábricas e contratação de profissionais.

Outro desafio é a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao etanol brasileiro, que pode limitar a exportação do produto para um dos principais mercados consumidores.

Ainda assim, o setor vê as mudanças como uma oportunidade de consolidar o país como potência global em biocombustíveis, impulsionando empregos, tecnologia e sustentabilidade na matriz energética.

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