O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Governo do Estado lançaram nesta segunda-feira (4) a campanha “A violência que os olhos não veem”, voltada para o enfrentamento das agressões contra mulheres em suas formas menos visíveis. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), por meio da Subsecretaria de Políticas para Mulheres, busca ampliar a conscientização sobre violências psicológica, moral, patrimonial e sexual.
Com base em dados da Sejusp (Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública), a campanha surge diante de um cenário alarmante, já quem em 2024, Minas Gerais registrou uma média de 420 casos de violência doméstica e familiar contra mulheres por dia, totalizando mais de 153 mil ocorrências no ano.
O número de tentativas de feminicídio aumentou 48% em relação a 2023, apesar da redução de 14% nos casos consumados, o que reforça a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes e da mobilização das redes de proteção.
Campanha
O projeto usará uma linguagem acessível e recursos visuais inclusivos. Também vai contar com vídeos para as redes sociais, com o objetivo de instruir e ajudar mulheres nessa situação. Além disso, haverá utilização de metáforas como o ‘iceberg da violência’ e a ‘fogueira da agressão’ para demonstrar as camadas ocultas das violências de gênero.
De acordo com Joana Coelho, Subsecretária de Política dos Direitos das Mulheres da Sedese, a nova campanha representa um esforço coletivo para tornar visíveis formas de violência que frequentemente passam despercebidas. Durante o lançamento, ela destacou a importância da intersetorialidade no enfrentamento à violência de gênero e ressaltou a necessidade de uma campanha perene, capaz de provocar e incomodar. Joana também enfatizou o papel da rede de proteção e a urgência de ampliar o alcance da mensagem para além das ações pontuais do mês de agosto.
O material será distribuído inicialmente em unidades do SUS e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em todo o estado. Além de promover a conscientização, a ação estimula a denúncia e o acesso aos serviços de apoio, como os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (Cream), o Disque 181 e o Disque 127.
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