Para STF, Bolsonaro foi para o ‘tudo ou nada’ com aproximação de julgamento e provocou domiciliar


Camarotti: Jair Bolsonaro estava cavando a prisão por narrativa política
A percepção dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) é que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi para o “tudo ou nada” em relação às manifestações do último domingo (3), provocando a sua prisão domiciliar.
Isso porque o entendimento dentro do Supremo é que, com a proximidade do julgamento da tentativa de golpe de Estado e a compreensão de que o “cerco está se fechando” para o ex-presidente, a única solução possível seria politizar cada vez mais as ações penais.
Bolsonaro estaria se respaldando em medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para fazer um enfrentamento ao STF.
O Supremo, não apenas o ministro Alexandre de Moraes, foi surpreendido com o gesto de Bolsonaro de enviar um pronunciamento via celular do filho Flávio, nos atos em Copacabana, no Rio de Janeiro, e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em São Paulo.
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, deixa a sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, para ir para casa devido às medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira 18 de julho de 2025.
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Considerando que todas as determinações da Justiça estavam bem explicitadas, Moraes não teve outra alternativa a não ser endurecer a resposta.
Pressão sobre julgamento
O entendimento dentro da Corte é que novas tensões devem ocorrer até o julgamento, previsto para setembro. O importante, neste momento, é não perder o foco do principal, que é o julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe, ação penal na qual Bolsonaro é réu.
A percepção é que todos os atos dos apoiadores do ex-presidente têm o objetivo de desviar esse foco. Os integrantes do Supremo, porém, estão cientes de que novas sanções devem ser impostas pelos Estados Unidos, inclusive a ministros da Suprema Corte.
Mas avaliam que, a essa altura do campeonato, não há muito o que se fazer. Tais movimentos, claramente têm como objetivo intimidar o Supremo, e por isso mesmo, foi aberto um inquérito da Polícia Federal para investigar tentativas de obstrução de Justiça.
Na avaliação de ministros da Suprema Corte, tudo que está acontecendo — atos, manifestações e tentativas de pressão de autoridade estrangeiras — servirão apenas para enriquecer um arcabouço robusto de provas contra o ex-presidente e aliados.
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