Fundos imobiliários em queda: hora de se preocupar ou de comprar?

O mercado de fundos imobiliários (FIIs) registrou queda de 2,25% no último mês, puxada por um cenário de Selic elevada, juros futuros em alta e instabilidade política. O índice IFIX, que reúne os principais FIIs da Bolsa, acumula alta de 9,6% em 2024, mas sente o impacto de um ambiente macroeconômico mais desafiador.

Segundo Mateus Lima, especialista no setor, a retração é uma correção natural de mercado, reforçada pelo atrativo atual da renda fixa, que oferece retornos elevados com menor risco.

Por que os FIIs estão caindo?

O principal fator por trás da queda é a manutenção da Selic em 15%, patamar que impulsiona a migração de investidores para a renda fixa. Além disso, questões políticas e fiscais no Brasil, somadas à tensão internacional, aumentam a volatilidade e pressionam os preços dos ativos.

O especialista lembra que quedas pontuais são comuns. Desde a criação do IFIX em 2010, o índice valorizou 243%, mas enfrentou períodos de forte oscilação, como na greve dos caminhoneiros, pandemia e crises políticas.

Quais fundos mais sentiram o impacto?

Entre os destaques negativos do último mês estão:

  • XPML11: queda de mais de 3%, negociado com desconto próximo a 18% do valor patrimonial.

  • LVBI11: cotado perto de R$ 100, com dividend yield anual acima de 10%.

  • IRDM11: recuo de 12% por questões específicas relacionadas à incorporação de outro fundo.

Enquanto XPML e LVBI refletem uma correção de mercado, o caso do IRDM11 é pontual e ligado à insatisfação de cotistas com a operação.

O que o investidor deve fazer agora?

Mateus recomenda cautela, disciplina e visão de longo prazo. Para ele, o momento oferece oportunidades de compra em ativos de qualidade, especialmente fundos de tijolo e alguns fundos de papel.

“Não é hora de pânico. O investidor deve focar no que está sob seu controle: escolher bons ativos, pagar preços justos e manter uma estratégia consistente”, afirma.

A orientação é manter a diversificação, incluir fundos atrelados ao CDI para proteção no curto prazo e aproveitar descontos nos fundos imobiliários sólidos, que tendem a se valorizar quando os juros caírem.

Oportunidade ou armadilha?

Quedas moderadas, como a atual de cerca de 2%, podem representar pontos de entrada atrativos. Porém, o investidor deve evitar concentrar todo o portfólio em FIIs e considerar o cenário macroeconômico antes de aportar novos recursos.

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