O Brasil é o país que mais realiza rinoplastias no mundo, e essa liderança está longe de ser apenas estatística. A evolução das técnicas cirúrgicas, aliada a um novo olhar sobre a estética facial, tem transformado a forma como essa intervenção é encarada — tanto por profissionais quanto por pacientes.
Hoje, a rinoplastia não é apenas sobre modificar o nariz, mas sobre respeitar a individualidade de cada rosto, incluindo os traços étnicos que compõem a identidade de uma pessoa. “A rinoplastia étnica ganha cada vez mais espaço justamente por priorizar características naturais dos pacientes em vez de apagá-las. Em vez de seguir um padrão único, busca-se harmonia com a face, valorizando o que é próprio de cada etnia”, explica o cirurgião plástico Dr. Wellerson Mattioli, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Segundo especialistas, há uma quebra de paradigma em curso. O antigo ideal de um “nariz europeu” — fino e arrebitado — já não dita mais as decisões em consultório. “A ideia de um nariz padrão não deveria existir. O formato ideal é aquele que mais se adequa à estrutura facial do paciente, promovendo equilíbrio e naturalidade”, afirma o Dr. Paolo Rubez, também membro da SBCP e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS).
Essa abordagem ganha força especialmente entre os mais jovens, público que lidera a procura por rinoplastia no Brasil. “É comum que esses pacientes busquem mudanças por questões estéticas e, muitas vezes, emocionais, ligadas à autoestima e ao convívio social. Cabe ao cirurgião entender essas motivações e respeitar a anatomia e os traços do paciente”, comenta a cirurgiã plástica Dra. Heloise Manfrim.
Avanços técnicos reduzem traumas e aceleram recuperação
Além da mudança de mentalidade, o avanço tecnológico na rinoplastia também contribui para tornar o procedimento mais seguro, menos traumático e com resultados mais naturais. Um dos destaques é a rinoplastia ultrassônica, que utiliza vibrações de alta frequência para remodelar os ossos do nariz com mais precisão, dispensando o uso do tradicional martelo. Com isso, o inchaço, os hematomas e o tempo de recuperação são consideravelmente reduzidos.
“Com a técnica ultrassônica, o paciente costuma retornar às atividades cotidianas mais rapidamente, e o resultado final aparece antes do que na rinoplastia tradicional, que pode levar de 12 a 18 meses”, explica o Dr. Paolo Rubez. Além disso, o uso do desconfortável tampão nasal, que antes era rotina no pós-operatório, já não é mais necessário graças à sofisticação das novas técnicas.
Mesmo assim, o pós-operatório exige atenção. Evitar o uso de óculos, a exposição ao sol e qualquer trauma na região é fundamental nas primeiras semanas. “O ideal é que o paciente permaneça em repouso na primeira semana e siga rigorosamente as orientações médicas”, reforça a Dra. Heloise.
Naturalidade é prioridade
Os especialistas concordam: a rinoplastia de hoje caminha em direção à naturalidade. “Nada muito artificial, como o tão temido nariz estilo ‘Barbie’. O objetivo é que poucas pessoas percebam que houve uma intervenção cirúrgica”, diz a Dra. Heloise Manfrim.
Em um país miscigenado como o Brasil, respeitar a diversidade genética e cultural é não apenas uma escolha estética, mas uma necessidade ética. “A cirurgia plástica moderna evolui para promover identidade e não padronização. Cada paciente tem uma história no rosto, e o papel do cirurgião é valorizar essa singularidade”, finaliza o Dr. Wellerson Mattioli.
Avaliação cuidadosa é essencial
Antes de optar por qualquer procedimento, os médicos alertam: é fundamental buscar um cirurgião plástico experiente, com certificação reconhecida. Avaliar os resultados anteriores, conversar com ex-pacientes e entender a abordagem do profissional são passos essenciais para garantir segurança e satisfação.
Fontes:
Dr. Paolo Rubez – CRM/SP 133858 | RQE 32813
Dra. Heloise Manfrim – CRM/PR 35938 | RQE 20592
Dr. Wellerson Mattioli – CRM/PB 9064 | CRM/SP 130721 | RQE 4331
O post Rinoplastia moderna busca harmonia facial sem apagar traços étnicos apareceu primeiro em RSVP.
