O Ibovespa encerrou a segunda-feira (4) com alta de 0,40%, aos 132.970 pontos, após uma abertura animada que refletia o bom humor das bolsas americanas, impulsionadas pelas expectativas de corte de juros nos Estados Unidos. No entanto, o índice perdeu força ao longo do dia com a queda do petróleo e o aumento das tensões comerciais entre Brasil e EUA, às vésperas da entrada em vigor das tarifas anunciadas por Donald Trump.
Bolsas americanas impulsionam início do pregão
Logo na abertura, o Ibovespa chegou a subir 1,10%, refletindo o forte desempenho dos mercados em Nova York. O otimismo no exterior foi alimentado pela possibilidade de redução dos juros básicos pelo Federal Reserve ainda em 2025, o que elevou o apetite por risco globalmente.
As falas recentes do ex-presidente Donald Trump também mexeram com os mercados. Apesar de provocar tensões com novos anúncios tarifários, Trump afirmou que “Lula pode ligar quando quiser”, o que foi visto inicialmente como uma brecha para negociação entre os países.
Queda do petróleo e impasse comercial com EUA pressionam
O humor do mercado virou no meio da tarde, após o petróleo Brent recuar 1,5%, cotado a US$ 68,60 o barril — o menor patamar em semanas. O movimento foi motivado pelo anúncio de tarifas dos EUA contra a Índia por importar petróleo da Rússia, o que sinaliza um endurecimento das políticas protecionistas americanas.
A queda da commodity pesou sobre as ações da Petrobras, impactando diretamente o desempenho do Ibovespa. Além disso, as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como café, carne e cacau, previstas para entrar em vigor nas próximas 32 horas, permanecem sem acordo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou acalmar os ânimos ao afirmar que um acordo setorial pode ser apresentado até quarta-feira (7). Ele destacou que o Brasil possui “terras raras e minerais críticos” que poderiam ser utilizados em uma parceria estratégica com os EUA.
Indicadores do dia
Indicador | Valor final | Variação (%) |
---|---|---|
Ibovespa | 132.970 pts | +0,40% |
Dólar comercial | R$ 5,50 | -0,66% |
Petróleo Brent | US$ 68,60 | -1,50% |
Nasdaq (EUA) | 17.020 pts | +1,26% |
S&P 500 (EUA) | 5.280 pts | +1,12% |
Segundo analistas, o mercado deve seguir volátil ao longo da semana, à espera de uma sinalização clara do governo brasileiro sobre como responderá às sanções comerciais americanas. A possibilidade de uma solução diplomática até quarta-feira pode aliviar os ânimos, mas o risco de deterioração nas relações com os EUA preocupa investidores.
Pablo Spyer, o “Tourinho”, analista de mercado, afirmou que o dia começou em clima de festa, mas terminou “meio xôxo” por conta das incertezas externas. Já o economista Alan Gani criticou a condução das negociações pelo governo, argumentando que o recuo parcial dos EUA se deu mais por pressão do empresariado americano do que por mérito diplomático brasileiro.
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