Entrou em vigor nesta quinta-feira (07) a tarifa de 50% sobre mais de 3.800 produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A medida, que caiu como uma bomba no comércio exterior, afeta principalmente pequenas e médias empresas que dependem do mercado americano para escoar sua produção. Diante do impacto imediato, o governo federal se mobilizou para apresentar um plano de contingência multissetorial.
Governo prepara reação em seis frentes
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta manhã que as propostas emergenciais já foram finalizadas e serão entregues ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, as ações envolvem desde linhas de crédito subsidiadas até compensações fiscais temporárias, além de iniciativas para abrir novos mercados e fortalecer o consumo interno.
O plano abrange seis eixos principais:
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Negociação direta com os EUA, com agenda já marcada entre Haddad e o secretário do Tesouro americano;
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Busca por novos mercados para diversificar as exportações;
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Fortalecimento do mercado interno como alternativa de escoamento;
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Oferta de crédito subsidiado aos setores mais impactados;
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Compras públicas estratégicas, como alimentos para universidades e creches;
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Renúncias fiscais temporárias, limitadas ao período da crise.
Lula adota postura diplomática com tom político
Durante um pronunciamento recente, o presidente Lula descartou uma conversa direta com Donald Trump sobre o tema, usando de ironia ao afirmar que ligaria para convidá-lo para a COP e discutir a crise climática — assunto que o ex-presidente americano rejeita abertamente.
A fala foi interpretada como uma forma de manter o tom diplomático sem se envolver diretamente na crise, delegando a negociação a nomes como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o corpo diplomático do Itamaraty. Analistas apontam que Lula adota uma retórica política pública, mas que nos bastidores o governo trata o assunto com seriedade e pragmatismo.
Pequenos exportadores são prioridade
Segundo Haddad, há um mapeamento detalhado das empresas afetadas, especialmente aquelas de menor porte que têm os EUA como único destino de exportação. O governo busca garantir que essas companhias não sejam devastadas economicamente, promovendo um plano que possa sustentar seus negócios durante o período da sobretaxa.
O relatório do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) detalha os efeitos empresa por empresa, o que permitirá ações mais personalizadas após a implementação das medidas gerais.
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