Renda Fixa e Selic: o que muda após Tarifas de Trump?

A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump gerou turbulência no mercado financeiro, aumentando incertezas sobre o desempenho da economia nacional e as perspectivas para a renda fixa.

Economistas alertam que a medida reduz a competitividade dos produtos nacionais nos Estados Unidos, podendo provocar retração do PIB, queda nas exportações e mudanças na política monetária.

Impactos imediatos nos EUA e no Brasil

As tarifas encarecem os produtos brasileiros no mercado americano, tornando-os menos atrativos frente a concorrentes locais ou de outros países. Nos EUA, isso tende a gerar inflação de curto prazo e a necessidade de juros mais altos por mais tempo. No Brasil, o efeito é duplo: perda de competitividade e redução da atividade econômica.

Principais efeitos esperados:

  • Inflação nos EUA: pressiona o Federal Reserve a manter juros elevados.

  • PIB do Brasil: risco de queda no segundo semestre, com possibilidade de retração.

  • Setores mais afetados: carnes, madeira e produtos agrícolas.

  • Mercado financeiro: potencial queda em ações de exportadoras.

Renda fixa pode reagir no fim do ano

Apesar dos impactos negativos no comércio exterior, a redução da atividade interna pode abrir espaço para queda da Selic no fim de 2025 ou início de 2026, já que a inflação doméstica tende a se manter controlada.

“Com o segundo semestre mais fraco, é possível que o Banco Central antecipe o debate sobre cortes de juros”, afirmam analistas.

Essa perspectiva pode beneficiar investidores de renda fixa atrelada à taxa Selic e Tesouro IPCA+, mas exige atenção às mudanças na curva de juros.

Dados projetados para 2025

Indicador Econômico 1º Semestre 2025 Projeção 2º Semestre 2025 Variação Prevista
PIB Brasil +2,3% -0,2% Queda
Exportações p/ EUA (US$ bi) 19,5 15,0 -23%
Inflação EUA (anualizada) 3,0% 3,7% Alta
Selic Brasil 14,25% 13,50%* Queda esperada

Setores e empresas mais expostos

Empresas com alta dependência do mercado americano devem buscar diversificação geográfica, mirando Ásia, América Latina e outros emergentes. O movimento tende a reduzir riscos de longo prazo, mas a transição pode ser lenta.

Setores como agropecuária, siderurgia e papel e celulose estão entre os mais vulneráveis. A exportação de carnes, por exemplo, responde por uma fatia relevante do superávit comercial brasileiro e será diretamente pressionada.

Protecionismo global em alta

A medida contra o Brasil faz parte de uma onda mais ampla de protecionismo econômico. Nas semanas anteriores, Washington já havia aplicado tarifas entre 25% e 35% a outros países emergentes. Especialistas apontam que a estratégia visa forçar negociações para reduzir as alíquotas posteriormente, mas mantém um clima de instabilidade.

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