Morre o sambista Arlindo Cruz, aos 66 anos

Morreu nesta sexta-feira, 8, o sambista Arlindo Cruz. O cantor, compositor e instrumentista tinha 66 anos, e vinha enfrentando há mais de cinco anos as sequelas de um AVC, com diversos tratamentos e internações. Considerado um dos grandes compositores brasileiros, Arlindo Cruz começou a se destacar nas rodas de samba do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro. No bairro da zona norte carioca, Arlindo aprendeu muito observando artistas como Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto, e também conheceu outros nomes como Zeca Pagodinho e Luiz Carlos da Vila.Após ganhar notoriedade, Arlindo Cruz foi convidado para compor o histórico Fundo de Quintal, ingressando no conjunto em 1981. Junto com Bira Presidente, Ubirany e Sereno, foram 12 anos compondo grupo, tendo comunicado a saída em 1993. Neste período, gravou com muitos artistas do pagode e deu as canções Seja sambista também, Só Pra Contrariar, Castelo de Cera, O Mapa da Mina e tantas outras.Em carreira solo, Arlindo reeditou a parceria com Sombrinha, companheiro dos tempos de Fundo de Quintal. Também na década de 1990, o cantor passou a se dedicar em compor enredos de carnaval para sua escola de samba: a Império Serrano. Em 2008, ele concorreu pela primeira vez por outra agremiação, a Grande Rio, e anos depois pela Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu.Ao longo de sua carreira, Arlindo Cruz também emplacou músicas que são consideradas hinos do samba brasileiro. Entre as principais, destacam-se Meu Lugar (2007), A Amizade (2000), Nosso Grito (1999), O Bem (2011) e Será Que é Amor (2003).No ano de 2012, o álbum Batuques e Romances ganhou um prêmio de Melhor Album de Samba. Em 2015, o artista ainda venceu o 26º Prêmio da Música Brasileira, pela categoria de Melhor Músico de Samba.Tudo parecia correr bem para Arlindo até março de 2017, quando o cantor sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em sua residência. O problema de saúde deixou sequelas graves no cantor que, desde então, havia perdido a movimentação dos membros superiores e inferiores, além de não conseguir falar.
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