Investigação sobre queda de avião que matou 11 pessoas em Gramado seguirá nos EUA


Destroços de avião que caiu em Gramado
Reprodução/RBS TV
A queda do avião que matou 11 pessoas em Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, será investigada nos Estados Unidos. O acidente aconteceu há mais de sete meses, em dezembro de 2024.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) afirma que o motor da aeronave envolvida na tragédia não foi fabricado no Brasil, e a empresa americana responsável pela fabricação se colocou à disposição para realizar a análise da peça. A informação foi divulgada pelo colunista Jocimar Farina, em GZH.
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A iniciativa traz um novo capítulo à investigação, já que o inquérito permanece parado até que essa inspeção especializada seja conduzida no exterior.
Desde o início dos trabalhos, o Cenipa tem concentrado esforços em entender a sequência de eventos que levou à colisão da aeronave com uma chaminé, seguida do impacto em uma residência e, por fim, a queda sobre uma loja de móveis.
A complexidade do caso exigiu a formação de uma equipe multidisciplinar, composta por especialistas em fatores operacionais (pilotos e mecânicos), fatores humanos (médicos e psicólogos) e fator material (engenheiros aeronáuticos e mecânicos).
Em janeiro, um relatório preliminar apontou duas hipóteses principais para o acidente:
A primeira delas foi classificada como voo controlado contra o terreno (CFIT, na sigla em inglês), também conhecido como “Controlled Flight Into Terrain”. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) explica que o CFIT acontece quando uma aeronave, apesar de ter seus sistemas e equipamentos funcionando e estando sob o controle do piloto, colide com o solo, água ou algum obstáculo. De acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira, esse tipo de acidente pode ser causado por uma falha do piloto, sem conseguir perceber corretamente a posição da aeronave em relação ao solo ou obstáculos;
A segunda causa identificada foi a perda de controle em voo (LOC-I, na sigla em inglês), conhecido como “Loss of Control in-Flight”, que se caracteriza por uma mudança extrema na trajetória da aeronave.
Relembre o caso
VÍDEO mostra momento da queda de avião em Gramado por outro ângulo
O avião tinha como destino Jundiaí (SP) e era pilotado pelo empresário Luiz Cláudio Galeazzi. Ele e os demais ocupantes não sobreviveram. De acordo com a investigação, no meio do percurso, o avião bateu contra a chaminé de um prédio, perto da Avenida das Hortênsias. Na sequência, a aeronave acertou o segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis.
Os destroços ainda alcançaram uma pousada, onde duas pessoas ficaram gravemente feridas com queimaduras. Uma delas, a camareira do estabelecimento, identificada como Lizabel de Moura Pereira, morreu três meses depois de ficar internada. Lizabel teve 43% do corpo queimado no acidente.
A outra pessoa que também estava na pousada e precisou ser hospitalizada recebeu alta em fevereiro. Valdete Maristela Santos da Silva chegou ao hospital com queimaduras de 2º e 3º graus em 30% do corpo.
Quem era o empresário que pilotava o avião
Luiz Galeazzi
Reprodução/Galeazzi & Associados
Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi era CEO e sócio da Galeazzi & Associados, empresa referência em gestão de crise e reestruturação de negócios.
A empresa foi fundada pelo pai dele, Cláudio Galeazzi, que morreu de câncer em 2023. Luiz Cláudio viajava com a mulher, três filhas, a irmã, o cunhado a sogra e duas crianças.
Em 2010, ele perdeu a mãe, Maria Leonor Salgueiro Galeazzi, também num acidente aéreo. O avião bimotor em que ela estava caiu na região de Sorocaba, interior de São Paulo.
Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o bimotor estava no registrado no nome de Luiz Cláudio.
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