O mercado de renda fixa no Brasil vive um momento recorde em 2025. Segundo levantamento da B3, o número de agentes financeiros cresceu 20% entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período deste ano. Apenas nesse segmento, o volume aplicado já supera R$ 2,8 trilhões, distribuídos entre mais de 10 milhões de investidores.
A combinação de juros altos, incertezas econômicas e avanço das plataformas digitais tem impulsionado a migração de recursos de aplicações tradicionais, como a poupança, para produtos mais rentáveis e seguros.
Motivos para o avanço
Especialistas apontam que dois fatores principais explicam o aumento expressivo:
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Taxa Selic elevada — mantida em 15% ao ano, torna os títulos de renda fixa mais atrativos.
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Digitalização e democratização do acesso — plataformas de investimento oferecem produtos variados para públicos de diferentes perfis e regiões.
Além disso, o cenário fiscal e geopolítico instável reforça a busca por alternativas conservadoras, que funcionam como “porto seguro” para os investidores.
Perfil e desafios dos investidores
Embora o número de CPFs cadastrados na renda fixa cresça rapidamente, o ticket médio dos aportes ainda é considerado baixo. Isso reflete o estágio de desenvolvimento econômico do país, a concentração de renda e a baixa taxa de poupança nacional, atualmente próxima de 16% do PIB — inferior a outros países emergentes e muito abaixo das economias desenvolvidas.
Outro ponto relevante é a migração da poupança: ainda existem mais de 30 milhões de brasileiros nessa modalidade, que se mostra pouco competitiva em cenários de juros elevados.
Principais números da renda fixa em 2025
Indicador | Valor/Percentual |
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Volume total investido | R$ 2,8 trilhões |
Número de investidores | 10 milhões |
Crescimento no número de agentes | +20% em 12 meses |
Taxa Selic atual | 15% ao ano |
Poupança nacional (PIB) | 16% |
Além disso, mudanças tributárias — como a possível cobrança de IOF ou imposto de renda sobre ativos antes isentos — podem impactar a decisão dos investidores, embora especialistas avaliem que, mesmo tributados com alíquotas menores, muitos desses produtos continuarão competitivos.
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