Tesouro IPCA 2029 ou 2050? Veja a melhor escolha hoje

Com as taxas do Tesouro Direto oscilando nos últimos dias, muitos investidores se perguntam se vale mais apostar no Tesouro IPCA+ 2029, no IPCA+ 2050 ou no Prefixado 2028. A escolha não é trivial: envolve entender inflação de equilíbrio (breakeven), retorno nominal estimado e o impacto da marcação a mercado, especialmente em prazos longos. Nesta análise, você verá cenários práticos para comparar cada alternativa e montar um mix eficiente de renda fixa conforme suas expectativas de inflação e tolerância a risco.

Visão geral

A dúvida é clássica: vale mais o Tesouro IPCA+ de curto prazo (2029), o IPCA+ de longo prazo (2050) ou o Prefixado 2028? A resposta passa por três pontos:

  1. Inflação de equilíbrio (breakeven) entre IPCA+ 2029 e Prefixado 2028 — o patamar médio de IPCA que torna os retornos comparáveis.

  2. Cenários de retorno nominal a partir de expectativas de inflação realistas.

  3. Marcação a mercado e duração — títulos longos oscilam mais e podem valorizar muito quando as taxas caem.

Resumo rápido: se a inflação média esperada até 2028 ficar abaixo de ~5,1% a.a., o Prefixado tende a levar vantagem; acima disso, o IPCA+ 2029 tende a ser superior. Já o IPCA+ 2050 amplia o potencial de ganho (e de oscilação) via marcação a mercado.

Como comparar corretamente

A fórmula que importa

Para comparar um IPCA+ com um Prefixado, use o retorno nominal estimado do IPCA+:

Retorno nominal≈(1+IPCA esperada)×(1+taxa real)−1text{Retorno nominal} approx (1+text{IPCA esperada}) times (1+text{taxa real}) – 1

Exemplo didático com IPCA esperada de 5%:

  • IPCA+ 2029 (taxa real de 7,89%) → ≈ 13,28% a.a.

  • IPCA+ 2050 (taxa real de 6,95%) → ≈ 12,30% a.a.

  • Prefixado 2028 (exemplo 13,42% a.a.)13,42% a.a.

Breakeven aproximado: o IPCA médio que empata IPCA+ 2029 (7,89% reais) com um Prefixado de 13,42% a.a. fica em ~5,13% a.a..
Acima disso, tende a favorecer o IPCA+; abaixo, o Prefixado.

Cenários de inflação e retorno estimado

A tabela abaixo mostra o retorno nominal anual aproximado para IPCA+ 2029 e IPCA+ 2050 sob diferentes expectativas de IPCA, além do Prefixado 2028 como referência. Os valores são didáticos, para comparação de cenários.

IPCA média esperada IPCA+ 2029 (7,89% reais) IPCA+ 2050 (6,95% reais) Prefixado 2028 (13,42% a.a.)
3,0% 11,13% a.a. 10,16% a.a. 13,42% a.a.
4,0% 12,21% a.a. 11,23% a.a. 13,42% a.a.
5,0% 13,28% a.a. 12,30% a.a. 13,42% a.a.
6,0% 14,36% a.a. 13,37% a.a. 13,42% a.a.
7,0% 15,44% a.a. 14,44% a.a. 13,42% a.a.
  • Se você espera IPCA abaixo de ~5,1% a.a., o Prefixado 2028 tende a se sair melhor que o IPCA+ 2029.

  • Com IPCA acima de ~5,1% a.a., o IPCA+ 2029 tende a superar o Prefixado.

  • O IPCA+ 2050 fica para quem busca proteção real mais longa e potencial de valorização com queda de juros reais — aceitando maior volatilidade.

Curto x longo: o papel da duração na marcação a mercado

Por que o IPCA+ 2050 pode “andar” mais quando as taxas caem

  • Duração alta: títulos longos são muito sensíveis a movimentos de taxa.

  • Queda de taxas reaisforte valorização do preço do IPCA+ 2050 (convexidade).

  • Alta de taxas → o inverso: quedas mais intensas no preço.

Em termos práticos: o IPCA+ 2029 oferece proteção contra inflação no curto/médio prazo, com oscilação menor; o IPCA+ 2050 funciona como aposta de convexidade em um ciclo de queda de juros reais — com potencial de ganho relevante na marcação a mercado.

Estratégia em pirâmide invertida

1) Horizonte curto e previsibilidade

  • Peso maior em Prefixado 2028 se a inflação esperada for mais baixa.

  • Parcela em IPCA+ 2029 para mitigar surpresas de inflação.

2) Proteção real e oportunidade de ciclo

  • Combinar IPCA+ 2029 e IPCA+ 2050 para equilibrar proteção de curto/médio prazo com convexidade no longo.

  • Ajustar o peso do 2050 conforme a tolerância a volatilidade.

3) Alocação balanceada

  • Mix Prefixado + IPCA+ (curto e longo) tende a ser mais robusto a cenários alternativos (inflação acima/abaixo do esperado, movimentos de juros).

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