A Taesa reportou avanço moderado de resultados no 2º trimestre de 2025, confirmou novos pagamentos de proventos e entra no ciclo 2025/26 com incremento de RAP no setor de transmissão. Com a política de distribuir entre 90% e 100% do lucro regulatório e efeitos de reajustes inflacionários, o papel volta ao radar de quem busca renda recorrente — com projeção de yield anual na casa de 8% (podendo flutuar conforme preço e payout).
Destaques do 2T25
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Lucro regulatório: alta anual leve, sustentada por entrada de ativos e reforços de rede.
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Lucro IFRS: avanço mais forte, refletindo efeitos contábeis do portfólio.
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Custos operacionais (PMSO): sob controle, crescimento abaixo da inflação.
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Despesa financeira: ainda pressiona o lucro pela alavancagem e juros.
Números-chave do trimestre
Indicador (R$ mi) | 2T25 | Var. a/a |
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Lucro líquido regulatório | 299,4 | +1,8% |
Lucro líquido IFRS | 510,0 | +26,5% |
PMSO (custos operacionais) | 99,5 | +5,3% |
Despesa financeira líquida (reg.) | 227,1 | +11,9% |
Leitura: Operação resiliente e eficiente; a linha financeira segue sendo o principal gargalo para acelerar o lucro regulatório.
Proventos: o que já está na conta e o que vem
A empresa mantém histórico de pagamentos trimestrais (JCP e dividendos) e intenção de distribuir 90%–100% do lucro regulatório. Em agosto, aprovou novo pacote com data-com em 18/08/2025 e pagamento em 27/11/2025.
Evento | Tipo | Valor por unit (TAEE11) | Data-com | Pagamento |
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Provento 3T25 | JCP | R$ 0,6390 | 18/08/2025 | 27/11/2025 |
Provento 3T25 | Dividendo | R$ 0,2302 | 18/08/2025 | 27/11/2025 |
Observação: o yield efetivo desse pacote depende do preço no dia-com; a sinalização de política reforça previsibilidade para os próximos trimestres.
RAP 2025/26: vento a favor da receita
O novo ciclo de Receita Anual Permitida (RAP) 2025/26 para transmissão no Brasil foi homologado com aumento de cerca de 9% na base setorial. Para a Taesa, a combinação de contratos reajustados por IPCA/IGP-M e a energização recente de reforços e projetos tende a sustentar crescimento de receita regulatória ao longo dos próximos trimestres.
Por que isso importa?
RAP é o “aluguel” da rede de transmissão: não depende do volume de energia transportada, e sim da disponibilidade do ativo. Em tese, maior RAP → mais caixa operacional → maior capacidade de proventos, se a alavancagem ficar sob controle.
Investimentos, alavancagem e cronograma de obras
A companhia segue concluindo reforços e greenfields que adicionam RAP gradualmente. No curto prazo, a despesa financeira ainda pesa — reflexo da fase final de investimentos —, mas a tendência é de desalavancagem conforme os projetos migram de capex para geração de caixa.
Tese em uma frase: previsibilidade + carteira em expansão + payout elevado = perfil de renda, com atenção ao ritmo de redução do endividamento.
Projeção de yield e sensibilidade
Com payout pretendido de 90%–100% do lucro regulatório e o novo patamar de RAP, a faixa de yield anual próxima a 8% é plausível no preço atual de mercado, podendo oscilar entre ~7% e ~9% caso o ativo suba/caia ou se a administração optar por extremos do intervalo de distribuição.
Sensibilidades que mexem no dividendo:
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IPCA/IGP-M do período (reajustes anuais da RAP);
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Entrada de novos ativos (energização) e eventuais revisões tarifárias;
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Custo da dívida e trajetória de alavancagem.
Riscos e catalisadores
Riscos:
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juros elevados prolongando pressão sobre o resultado financeiro;
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atrasos em obras/energizações;
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revisões regulatórias desfavoráveis.
Catalisadores:
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queda da taxa básica de juros;
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entregas dentro do cronograma e reforços homologados;
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anúncios de proventos dentro do teto de payout.
Para investidor de renda que busca previsibilidade, Taesa segue caso clássico do segmento de transmissão: contratos longos, reajuste inflacionário, baixo risco de demanda e histórico de proventos. O upside de preço depende da velocidade de desalavancagem e da execução dos projetos; já o carregamento pelo dividendo permanece o principal atrativo no curto/médio prazo.
O post Taesa mira 8%–9% de yield em 2025? O que o 2T25 revela apareceu primeiro em O Petróleo.