Nesta sexta-feira (15), Donald Trump e Vladimir Putin realizam um encontro histórico no Alasca, com expectativa de discutir um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia e abrir espaço para acordos estratégicos envolvendo controle de armas, sanções econômicas e rotas comerciais no Ártico. É a primeira reunião entre um presidente russo e um presidente dos Estados Unidos desde 2021, e o primeiro reencontro entre Putin e Trump desde 2019.
A cúpula, confirmada oficialmente por Moscou e Washington, reúne delegações de alto escalão. Do lado russo, participam os ministros da Defesa, Relações Exteriores e Finanças. Do lado norte-americano, a equipe inclui representantes do Departamento de Estado, Comércio e Tesouro. O encontro acontece em Anchorage, capital do Alasca, escolhido por sua relevância estratégica e histórica — a região pertenceu à Rússia até o século XIX e é o território dos EUA mais próximo do país europeu.
Trégua e cessar-fogo na Ucrânia
Segundo interlocutores próximos às negociações, a resolução do conflito ucraniano será o principal tema da reunião. As discussões devem abordar os termos de um cessar-fogo, incluindo questões territoriais e possíveis concessões por parte de Kiev. A duração e o reconhecimento desses arranjos — se temporários ou permanentes — ainda são variáveis em aberto.
Putin afirmou recentemente que vê nos Estados Unidos esforços “vigorosos e sinceros” para interromper as hostilidades e construir um acordo duradouro, capaz de estabilizar não apenas a relação bilateral, mas também a segurança europeia e global. Trump, por sua vez, estaria interessado em encerrar a guerra como forma de impulsionar negociações comerciais com Ucrânia, União Europeia e Rússia, especialmente envolvendo recursos estratégicos como terras raras.
Peso econômico e geopolítico
A presença do ministro das Finanças russo sinaliza que a pauta econômica também terá destaque. Além de um possível alívio de sanções contra Moscou, as conversas podem incluir acordos comerciais e negociações ligadas ao Ártico. A região é vital para a rota comercial do Norte, que reduziria em até três vezes o tempo de transporte entre China, Europa e América do Norte.
Essa rota, atualmente sob controle russo, desperta o interesse de Washington, que busca evitar que Pequim assuma protagonismo no corredor ártico. A possibilidade de um entendimento direto entre Rússia e EUA nesse campo seria um marco geopolítico, capaz de remodelar fluxos logísticos globais e fortalecer alianças estratégicas.
Alasca: segurança e simbolismo
A escolha do Alasca não é apenas logística. Além de ser o ponto mais próximo entre os dois países — separados apenas pelo estreito de Bering —, o território oferece um ambiente mais controlado para a segurança de Putin, que enfrenta uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional desde 2023. Como os EUA não são signatários do tratado, não há obrigação legal de cumpri-la.
O encontro, portanto, combina simbolismo histórico, interesses econômicos e questões de segurança, com potencial de influenciar não apenas o destino da guerra da Ucrânia, mas também o equilíbrio estratégico entre as maiores potências globais.
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