A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou, na tarde desta sexta-feira (15), que a arma utilizada no homicídio do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, ocorrido nessa segunda-feira (11) em BH, está registrada em nome da delegada Ana Paula Balbino. Renê Júnior, marido dela, foi preso suspeito de cometer o crime poucas horas após a morte do trabalhador.
De acordo com a nota oficial da PCMG, exames periciais realizados na arma de fogo indicaram o registro em nome da servidora da instituição. Segundo o laudo, trata-se de um revólver de uso particular, e não o da corporação.
A delegada Ana Paula Balbino Nogueira entregou voluntariamente as armas de fogo de uso particular e de uso corporativo para passar por perícia na última segunda-feira (11). A servidora foi conduzida à delegacia, onde prestou depoimento informando que Renê Junior não possuía acesso ao armamento e que, portanto, desconhecia qualquer envolvimento dele em prática criminosa.
Em depoimento, Renê Junior negou que estava no local dos fatos. Ele disse que saiu de casa nessa segunda-feira (11) e pegou trânsito incomum enquanto se dirigia até a empresa dele, localizada em Betim, onde ficou até o horário do almoço. Depois, o suspeito contou que retornou à residência, trocou de roupa e saiu para passear com os cachorros. Após isso, ele afirmou que deixou os animais em casa e se dirigiu à academia, onde foi abordado por policiais militares. De acordo a PCMG, ele negou qualquer fato extra que havia ocorrido durante o dia. No entanto, ele confirmou que a delegada possuía duas armas de fogo na residência deles.
Entenda
O empresário Renê Junior, de 47 anos, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça de Minas Gerais, após audiência de custódia na manhã dessa quarta-feira (13). Ele foi atuado por homicídio duplamente qualificado e ameaça.
Laudemir foi assassinado com um tiro no abdômen, enquanto trabalhava no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, nessa segunda-feira (11). Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O crime
De acordo com a ocorrência policial, o crime ocorreu durante uma briga de trânsito, na rua Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, região Oeste da capital, na manhã dessa segunda-feira (11). Conforme testemunhas, um caminhão de lixo estava parado na rua, durante a coleta de resíduos, quando o empresário Renê Junior exigiu para que fosse liberado espaço na via para passar com o veículo que dirigia, um BYD cinza.
Irritado, ele ameaçou a motorista do caminhão com uma arma. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse. Foi nesse momento que ele saiu do veículo e disparou contra os funcionários, acertando Laudemir. “E aí ele entrou dentro do carro e foi embora. Não prestou socorro, nem olhou para trás, ele seguiu o caminho dele”, relatou ao BHAZ a motorista do caminhão, Eledias Aparecida.
O suspeito
Renê Junior é marido da delegada Ana Paula Balbino, da Polícia Civil de Minas Gerais. De acordo com o perfil de Renê Junior no LinkedIn, ele atua há 27 anos no setor de alimentos e bebidas. O suspeito já ocupou cargos de lideranças em empresas multinacionais.
Em 2024, Ana Paula chegou a publicar elogios à conduta do marido. No post, a delegada afirmou que Renê é um homem “justo, empático e amável”. “Gostaria de falar do homem de caráter irrefutável. Um cidadão que se preocupa com as pessoas que estão sobre sua gestão ou não. Justo, empático, amável e adorado pela família e amigos”, escreveu ela. “Cristão e patriota, é exemplo para muita gente quanto ao quesito superação”, destacou no texto.
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