Com palhaçadas, grupo teatral usa Manoel de Barros para promover educação ambiental em Tatuí


Educação ambiental ganha palhaçadas em Tatuí (SP)
Em época de alto risco de queimadas devido à estiagem, um grupo de teatro de Tatuí (SP) mistura o humor circense com a poesia do poeta pantaneiro Manoel de Barros para alertar sobre os cuidados com o meio ambiente.
A peça “Bernardo – O Apanhador de Sonhos” utiliza a palhaçaria para denunciar os danos ecológicos provocados pelo homem, em especial os incêndios florestais. Selecionada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), instrumento de incentivo cultural, a montagem é apresentada a crianças de escolas de ensino fundamental como reforço à educação ambiental.
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Rodrigo Costa interpreta o palhaço Seu Bonanza em peça sobre queimadas e preservação ambiental, em Tatuí (SP)
Nossa Trupe Teatral/Divulgação
O solo teatral foi idealizado e é interpretado por Rodrigo Costa, que dá vida a um palhaço-andarilho inspirado no personagem Bernardo, de Manoel de Barros, tema de pesquisa de seu mestrado.
“Era um momento em que o Pantanal estava em chamas. Pesquisar Manoel de Barros foi inspirador para trazer essa temática para meus estudos práticos como uma denúncia poética. Como sou palhaço, tudo chega com humor e crítica ambiental”, explica Rodrigo.
Na literatura do poeta, Bernardo mantém profunda relação com a natureza, conversando com pássaros e interagindo poeticamente com o mundo natural. No palco, essa figura ganha vida na lógica da palhaçaria, marcada pela ingenuidade e liberdade imaginativa.
Rodrigo assume a persona do palhaço Seu Bonanza, criada em 2009, que brinca com elementos simples e percebe beleza em detalhes que a vida apressada costuma ignorar. “O palhaço também é um ser ingênuo, como o Bernardo. É uma figura que não está na lógica do adulto, mas da criança. Então, se ele fala com um lagarto, não está acima da natureza”, diz.
Além do tom poético, Seu Bonanza atua como testemunha das transformações ambientais no Brasil, denunciando queimadas, garimpo ilegal e desmatamento. As críticas surgem de forma sutil, entre o humor e a brincadeira, provocando reflexão no público.
Essa é a terceira montagem com o personagem, que integra o repertório da Nossa Trupe Teatral, formada por Rodrigo e pelos arte-educadores Thiago Leite e João Fabbro, responsável pela iluminação da peça. O grupo negocia novas apresentações no Sesc e na Biblioteca Municipal, além de desenvolver outros trabalhos de montagem teatral e pesquisa.
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