Moradores reclamam de água com gosto de mofo em BH e Região Metropolitana

Moradores de Belo Horizonte e região metropolitana denunciam forte cheiro e gosto de mofo na água que chega às residências. De acordo com relatos, o problema persiste há pelo menos um mês, sem soluções por parte da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

“Sai do chuveiro, na torneira da pia, de qualquer canto, na água da caixa e da rua tem um cheiro muito forte de mofo, de lodo. Agora já deve ter um mês que estou sentindo”, comenta Elizabeth De Paula, de 47 anos, moradora do bairro Planalto, na região Norte de Belo Horizonte.

Segundo a moradora, o problema não se restringe à casa dela e também atinge os vizinhos do bairro. Desde que notou o odor na água, Elizabeth passou a gastar com água mineral para beber e usar no preparo de alimentos.

“Eu estou tendo que comprar água mineral para cozinhar e para beber, porque eu não tenho condição de deixar minha filha, que é uma criança, beber”, comenta Elizabeth, que é mãe de uma menina de 12 anos. Ela lembra que a filha teve recentemente um quadro de diarreia, que só melhorou depois que a criança deixou de tomar a água encanada de casa.

Quem também enfrenta problemas com a água da Copasa é Ângela Fátima José, residente em Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Em entrevista, ela relata que também sentiu dor de barriga após consumir a água com cheiro de mofo, mas que não tem condições de comprar água mineral para consumo. Na casa dela, o problema começou há duas semanas.

“Eu não tenho como ficar comprando água, então vou continuar usando essa. É uma sensação de impotência e de impunidade, porque a gente tentar ligar lá e ninguém atende”, diz a moradora de 57 anos.

As queixas de Elizabeth e Ângela se somam ao depoimento de outros cidadãos de BH e Região Metropolitana. Nas redes sociais, vídeos mostram que a água sai da torneira com aspecto esbranquiçado em Santa Luzia. Uma postagem sobre o assunto no Tiktok alcançou mais de 300 mil visualizações. Nos comentários, usuários reclamam da qualidade do serviço da companhia.

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Ao BHAZ, as moradoras relataram que acionaram a Copasa e receberam uma equipe em casa para verificar a situação, mas o problema continua sem solução. “E eu já telefonei para Copasa duas vezes, já vieram aqui na minha casa, sentiram o cheiro de novo, viram que está com gosto, mas nada foi feito”, afirma Elizabeth.

O BHAZ entrou em contato com a Copasa para obter um posicionamento e aguarda retorno.

Agência reguladora cobra respostas

A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) informou que a Copasa deve responder sobre as alterações na água dos clientes de BH e Região Metropolitana. Em ofício, a agência solicitou que informações detalhadas sobre o serviço sejam compartilhadas até esta terça-feira (19).

“A Arsae-MG está acompanhando desde a última semana com prioridade os relatos de moradores de Belo Horizonte sobre alterações da água por gosto e odor de barro em diferentes bairros da capital. Como órgão regulador, a Agência compreende o desconforto gerado por situações dessa natureza e direciona atenção especial à apuração e à solução da demanda”, disse órgão em nota..

“Por meio de ofício, a agência solicitou à Copasa informações detalhadas sobre as análises realizadas, os resultados obtidos e a listagem de ações corretivas adotadas ou previstas para as áreas indicadas”.

Ainda conforme a Arsae-MG, alterações de sabor e odor podem decorrer de diferentes fatores, como intervenções operacionais que deslocam partículas acumuladas na rede e variações sazonais na qualidade da água bruta, mais comuns no período de estiagem. Quando os parâmetros de potabilidade são atendidos, não há risco à saúde. “Ainda assim, a percepção sensorial da população é legítima e requer tratamento prioritário, motivo pelo qual a Arsae-MG intensificou o monitoramento técnico e a cobrança de soluções”, completa o texto.

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