Capitão Alden é citado em inquérito da PF que indiciou Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) revelou um diálogo entre o deputado federal baiano Capitão Alden (PL) e Jair Bolsonaro (PL), no qual o ex-presidente orienta o parlamentar como fazer uma ligação de vídeo durante a manifestação bolsonarista em 3 de agosto, que em Salvador foi realizada no Farol da Barra.Para a PF, o episódio mostra o “modus operandi de utilização de terceiros para burlar a medida cautelar” que impedia o ex-presidente de utilizar redes sociais, e foi um dos episódios que embasaram a decisão pela prisão domiciliar do ex-presidente.A PF relata que Alden estava prestes a discursar no ato e pergunta a Bolsonaro se ele poderia mandar um áudio para ser tocado no carro de som, mas o ex-presidente faz um alerta e uma recomendação ao aliado.”Alden, se eu falar qualquer coisa, dá problema. Você pode ligar para mim na imagem falando: ‘Estou aqui com a imagem do Bolsonaro, está mandando abraço a todos vocês e parabenizando’. Aí você pode. Você fala. Eu não posso falar, não. Valeu”, disse Bolsonaro, conforme a PF.

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Em seguida, Alden perguntou se poderia ligar a Bolsonaro em 5 minutos e recebeu resposta positiva, conforme a investigação. “A ligação ocorre às 12h10min e teve duração de 0min14seg”, diz trecho do documento. Depois, Bolsonaro envia um vídeo para o deputado passar aos manifestantes.No vídeo, Bolsonaro fala com os manifestantes: manda abraços, deseja bom dia, mas diz que não pode falar. O vídeo, então, foi postado pelo deputado em sua conta no X.A reportagem tenta contato com o deputado e vai atualizar a matéria assim que tiver retorno.Novo indiciamentoA conversa foi revelada em meio ao novo indiciamento contra Jair Bolsonaro, dessa vez por obstrução das investigações da trama golpista que previa um golpe de estado no Brasil após o resultado das eleições de 2024.O relatório final do órgão foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta, 15, e imputa a ambos os indiciados os crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.A PF investigava Eduardo por conta da sua atuação nos Estados Unidos, onde está desde março alegando “perseguição”, onde articula pedidos de sanção contra o governo e autoridades brasileiras, a exemplo do Tarifaço e da execução da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.O pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, também foi alvo de medidas como busca e apreensão em sua residência e a retenção de seu passaporte.PrazoAlexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja ouvido em até 48 horas, após ser indiciado por obstrução de investigação.Moraes destacou no despacho, que o ex-presidente deverá esclarecer o descumprimento de medidas cautelares, assim como a reiteração de condutas ilícitas e o risco de fuga.

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