O aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o petróleo russo abriu espaço para novas alianças no setor energético. Nesse cenário, Índia e Brasil estão fortalecendo seus laços comerciais no mercado de petróleo bruto, com a Índia buscando alternativas às importações russas e o Brasil mirando a expansão de seus destinos exportadores.
Segundo relatório da S&P Global Commodity Insights, as exportações brasileiras para o mercado indiano registraram o maior crescimento entre todos os fornecedores no primeiro semestre de 2025, tendência que deve se intensificar no segundo semestre.
Exportações brasileiras em ascensão
As principais compradoras do petróleo bruto brasileiro têm sido a Indian Oil Corporation (IOCL) e a Reliance Industries, que importaram variedades de médio-doce como Lula/Tupi, Sépia e Atapu, descarregados no terminal de Paradip, além do tipo ácido-pesado Peregrino, destinado ao terminal de Sikka.
Benjamin Tang, chefe de granéis líquidos da S&P Global, destacou que o mercado acompanha de perto a evolução dessa parceria:
“As exportações brasileiras para a Índia serão monitoradas nos próximos meses, já que ambos os países enfrentam os impactos das tarifas dos EUA sobre o petróleo russo.”
Diplomacia energética em movimento
A aproximação não ocorre apenas no comércio, mas também no campo diplomático. O primeiro-ministro Narendra Modi e o ministro do Petróleo, Hardeep Singh Puri, visitaram recentemente o Brasil para discutir formas de ampliar as importações indianas e explorar colaborações em exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas.
Para o Brasil, que tem aumentado significativamente sua produção de petróleo bruto, a parceria representa uma chance de consolidar presença em um dos mercados mais promissores do mundo. Para a Índia, a diversificação garante maior segurança energética diante da instabilidade no fornecimento russo.
Embora fatores como custo do frete, arbitragem de preços e disponibilidade de cargas extras influenciem diretamente na viabilidade comercial, o consenso entre analistas é que a cooperação Brasil–Índia tende a se expandir. Essa aliança estratégica pode reduzir a dependência indiana do petróleo russo e, ao mesmo tempo, abrir novos horizontes para o petróleo brasileiro.
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