Após duas semanas de pressão vendedora, os preços do petróleo voltaram a subir com força. O barril do petróleo bruto leve (WTI) fechou a quinta-feira cotado a US$ 63,52, representando uma alta semanal de US$ 1,54 ou +2,48%. O movimento foi impulsionado pelo retorno das tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia, dados positivos sobre estoques e perspectivas otimistas quanto à demanda global.
Paz frustrada reacende o prêmio de risco geopolítico
No início da semana, o mercado operava com cautela diante da possibilidade de avanços diplomáticos entre Rússia e Ucrânia, o que poderia abrir caminho para o alívio das sanções ao petróleo russo. As expectativas aumentaram após conversas entre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, além da proposta de uma possível cúpula trilateral com a participação da Rússia.
Contudo, a trégua diplomática não durou. Ainda no meio da semana, os dois países passaram a se acusar mutuamente pelo colapso das negociações. A Rússia lançou um ataque aéreo em grande escala nas imediações da fronteira com a União Europeia, enquanto a Ucrânia retaliou bombardeando uma refinaria em território russo.
Diante da escalada militar e da ausência de qualquer sinal de cessar-fogo, o chamado “prêmio de risco geopolítico” voltou a ser incorporado às cotações do petróleo. Segundo a consultoria Ritterbusch and Associates, o mercado passou a precificar novamente a possibilidade de sanções ainda mais rígidas ao petróleo russo.
Recuperação técnica e sentimento do mercado
Além da tensão no Leste Europeu, outros fatores contribuíram para a alta. Os estoques de petróleo nos Estados Unidos surpreenderam com redução acima do esperado, reforçando a tese de retomada da demanda global. O sentimento dos investidores virou de maneira abrupta, alimentando um movimento de recompra após semanas de desvalorização nos contratos futuros.
Analistas apontam que o petróleo havia sido pressionado por um excesso de otimismo com a paz, mas agora o mercado reverteu sua postura diante dos riscos à oferta. Essa reconfiguração do cenário geopolítico tende a manter os preços voláteis nos próximos dias, especialmente se houver novas retaliações e aumento das hostilidades.
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