A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Infantil João Paulo II amanheceu sem pacientes nesta sexta-feira (22). De acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), eles foram transferidos para a UTI Pediátrica do Hospital João XXIII. A justificativa é de que o prédio passará por adaptações na infraestrutura nos próximos 60 dias.
Em nota enviada ao BHAZ, a Fhemig esclareceu que a transferência temporária dos pacientes faz parte das intervenções necessárias para a instalação de um sistema eletrônico de gestão, denominado Tasy. No entanto, o prédio deverá passar por adaptações e um processo de modernização e integração dos fluxos assistenciais, o que, segundo a fundação, trará “melhorias significativas na qualidade do atendimento”.
De acordo com a Fhemig, a UTI do Hospital João XXIII, possui estrutura, equipe e capacidade para receber todos os pacientes transferidos “de forma adequada e segura, sem qualquer prejuízo ao atendimento”, informou. Atualmente, o Complexo de Urgência da Fhemig dispõe de oito leitos vagos de UTI pediátrica.
A fundação destacou ainda que os servidores do hospital “foram amplamente informados sobre a transferência temporária em reuniões”. Além disso, a Fhemig destacou que a transferência não interfere no pronto atendimento realizado no Hospital Infantil João Paulo II.
Veja o que diz o Sind-Saúde/MG
No entanto, a diretora executiva do Sind-Saúde/MG, Neuza Freitas, demonstrou preocupação com a situação. De acordo com ela, a Fhemig não abriu novos leitos no Hospital João XXIII para atender os pacientes do Hospital Infantil João Paulo II.
“Os leitos do [Hospital] João XXIII, que essas crianças foram, são chamados leitos de contingência, que ficam lá preparados para os casos que vão chegando de emergência, mas são leitos do João XXIII. Então, quer dizer, as crianças que saíram do Centro Geral de Pediatria foram para esses leitos que já existiam no João XXIII. Não abriu um novo setor, não abriu uma nova ala, não abriu um novo CTI, não aumentou leitos”, explicou Neuza Freitas.
Além disso, o sindicato destacou que o Hospital João XXIII já recebe pacientes que deveriam ser atendidos no Hospital Maria Amélia Lins, que está com o bloco cirúrgico fechado há cerca de oito meses. “O Hospital Amélia Lins foi fechado com a mesma desculpa de que teria uma obra para entregar em dois meses e nunca mais abriu. Nós estamos, inclusive, com a questão judicializada”, finalizou.
Leia a nota na íntegra:
Não há fechamento da UTI do Hospital Infantil João Paulo II. A direção do Complexo Hospitalar de Urgência, da Rede Fhemig, confirma a transferência temporária dos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Infantil João Paulo II para a UTI Pediátrica do Hospital João XXIII, ambos integrantes do mesmo Complexo.
Essa medida faz parte das intervenções necessárias para a instalação do Tasy (sistema eletrônico de gestão hospitalar que gerencia os dados assistenciais da rede), que exige adaptações na infraestrutura predial e integra um processo de modernização e integração dos fluxos assistenciais, com melhorias significativas na qualidade do atendimento. A transferência está prevista para durar cerca de 60 dias, período em que serão realizadas as adequações estruturais.
A UTI Pediátrica do Hospital João XXIII possui estrutura física, equipe especializada e capacidade assistencial para receber todos os pacientes transferidos de forma adequada e segura, sem qualquer prejuízo ao atendimento. Ressaltamos que, neste momento, o Complexo de Urgência da Fhemig dispõe de oito leitos vagos de UTI pediátrica, assegurando a plena capacidade de atendimento às crianças que necessitem desse tipo de cuidado especializado.
Os servidores foram amplamente informados sobre a transferência temporária em reuniões, comprovadas por atas. Houve ainda comunicação a central de leitos sobre a conduta, que foi executada sem causar qualquer prejuízo a assistência.
A transferência temporária em nada interfere no pronto atendimento do Hospital Infantil João Paulo II, que continua funcionando normalmente.
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