O mercado de renda fixa passou por um período de ouro entre 2024 e o início de 2025, com produtos oferecendo retornos de até 17% ao ano. Mas com a expectativa de queda da Selic nos próximos anos, muitos se perguntam: ainda vale a pena investir em renda fixa? A resposta é sim — mas exige estratégia.
Juros futuros em queda: o que esperar da Selic até 2028
De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, a taxa Selic deve fechar 2025 em 15% e cair gradualmente:
- 2026: 12,5%
- 2027: 10,5%
- 2028: 10%
A inflação também dá sinais de controle, com a projeção caindo de 5,10% para 4,95% nas últimas semanas. Isso favorece a economia real, mas impacta diretamente o rendimento dos produtos de renda fixa no médio e longo prazo.
Oportunidades reais: onde encontrar CDBs com até 16% ao ano?
Mesmo com os juros futuros em declínio, uma estratégia pouco explorada: o mercado secundário de renda fixa. Ao invés de contratar títulos no mercado primário — onde as taxas já estão ajustadas à queda da Selic —, investidores podem comprar títulos de outros investidores, contratados quando os juros estavam em alta.
“É possível encontrar CDBs com 15% ou até 16% ao ano, especialmente em corretoras com acesso ao mercado secundário, como o BTG Pactual via Casa Capital”.
Esses produtos são colocados à venda por investidores que contrataram em momentos mais favoráveis e agora precisam de liquidez. Quem compra, herda as condições vantajosas.
Cuidado com os bancos pequenos: o risco do FGC
Mesmo com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por instituição: “não é interessante depender do FGC como seguro. Evite bancos com notas baixas só por oferecerem rentabilidade elevada”.
O ideal é avaliar o risco do emissor, a liquidez do produto e o prazo de vencimento — evitando investir todo o capital em uma única instituição.
Tesouro IPCA+ 2045: segurança e valorização futura
Outro destaque da análise é o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045, considerado o título público mais seguro do Brasil. Atualmente, ainda é possível encontrar taxas entre IPCA+6,7% e IPCA+7%. Além do rendimento acima da inflação, esses títulos oferecem potencial de valorização via marcação a mercado.
Se os juros caírem nos próximos anos, como projeta o mercado, o valor de revenda desses papéis aumentará significativamente, gerando lucro mesmo antes do vencimento.
Como acessar essas oportunidades?
A dica é estar atento ao horário de abertura do mercado secundário (por volta das 10h da manhã) e contar com assessoria especializada para avaliar riscos e identificar boas oportunidades.
Embora a era dos juros a 17% tenha ficado para trás, a renda fixa segue sendo uma excelente alternativa para quem busca segurança e retorno real acima da inflação. Com estratégias como o acesso ao mercado secundário e o uso inteligente do Tesouro IPCA+, ainda é possível extrair ótimos rendimentos em 2025 — e além.
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