A bolsa de valores brasileira encerrou a última sexta-feira em forte alta, puxada pela crescente expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve reduzir a taxa básica de juros já em setembro. As falas recentes do presidente do Fed elevaram a probabilidade de corte de 65% para 94%, animando os mercados globais.
Embora esse otimismo tenha arrefecido no fim de semana, com a projeção recuando para 84%, o impacto foi suficiente para impulsionar os ativos brasileiros. O Ibovespa registrou valorização generalizada, refletindo o apetite renovado por risco por parte dos investidores.
Petrobras testa nova fronteira de petróleo com potencial para dobrar lucros
No radar do mercado está a Petrobras (PETR4), que iniciou no domingo (24) os testes finais de perfuração na chamada Margem Equatorial, uma área de exploração offshore considerada mais promissora que o pré-sal.
Caso a empresa obtenha a licença ambiental definitiva após os testes — que devem durar entre três e quatro dias —, a capacidade de produção da estatal poderá dobrar nos próximos anos.
Esse avanço pode significar um salto na receita, no lucro líquido e na distribuição de dividendos da companhia. Se o projeto for bem-sucedido, os dividendos pagos atualmente — que já estão entre os maiores da Bolsa — poderão parecer modestos diante do que virá pela frente.
A expectativa, no entanto, depende da manutenção da governança corporativa e da ausência de interferências políticas que possam comprometer os planos de expansão.
BBAS3 se recupera após polêmica e volta a subir
As ações do Banco do Brasil (BBAS3), que haviam caído 8% na semana anterior devido a dúvidas sobre o cumprimento de sanções internacionais, voltaram a subir com força.
A direção do banco reafirmou o compromisso com o cumprimento da legislação vigente, o que acalmou o mercado e reduziu o risco de insegurança jurídica.
Com o cenário político mais estável e o ambiente externo favorável, o papel voltou a atrair investidores em busca de dividendos robustos e valuation atrativo.
Ethereum ignora queda do Bitcoin e sobe mais de 200%
Enquanto o Bitcoin contrariou expectativas e caiu mesmo com o cenário de corte de juros nos EUA, a criptomoeda Ethereum (ETH) surpreendeu com uma valorização superior a 200% nos últimos meses.
O movimento rompe um padrão recente em que a Ethereum apenas seguia o comportamento do Bitcoin. Desta vez, mesmo com a queda do BTC, a ETH atingiu nova máxima histórica, impulsionada por maior demanda, uso em contratos inteligentes e expectativas positivas para o ecossistema descentralizado.
A inversão de papéis entre as duas principais criptos pode indicar uma migração de capital e mudança de preferência entre investidores institucionais.
Expectativas e riscos: o que observar a seguir
Embora o cenário pareça positivo, analistas alertam para possíveis correções nos próximos dias, já que a decisão do Federal Reserve será confirmada apenas no mês que vem.
Além disso, tensões geopolíticas na América Latina e potenciais ruídos políticos internos podem interferir no comportamento dos ativos.
Pontos de atenção para os próximos dias incluem:
- O resultado final dos testes da Petrobras na Margem Equatorial;
- A evolução da expectativa de corte de juros nos EUA;
- O desempenho contínuo das criptomoedas, especialmente Ethereum;
- A estabilidade institucional em empresas estatais como o Banco do Brasil.
O mercado seguirá sensível a qualquer sinal de mudança de rumo, mas o momento é de otimismo moderado — com oportunidades no radar para investidores atentos.
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