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“O Instituto Ori está responsável pelo trabalho com os pescadores e marisqueiras do subúrbio e também com empreendedores locais da gastronomia”, disse.Segundo Bezerra, o processo começou com um diagnóstico e a sensibilização das comunidades. “Buscamos entender a realidade dessas famílias e identificar quais eram os potenciais de cada grupo. A partir daí, demos início às formações, que hoje já apresentam resultados concretos”, afirmou.Em encontro realizado nesta segunda-feira, 25, representantes das comunidades beneficiadas apresentaram os resultados dos trabalhos desenvolvidos ao longo das capacitações. Entre elas estava a marisqueira Rosana, da Colônia Z67, em Paripe, que há quase duas décadas atua na pesca e viu na ação uma nova perspectiva de futuro.“Conhecemos o Instituto Ori, que nos levou cursos de produção de bolinhos e de biojoias. Eu preferi me dedicar à alimentação, porque é o que gosto de fazer. Hoje estamos aqui para apresentar um bolinho de alcaparras com sardinha, feito por nós mulheres”, contou, em entrevista ao Portal A TARDE.
Rosana mostra o bolinho de sardinha que fez
| Foto: Flávia Requião – Ag. A TARDE
Rosana destacou que a oportunidade marca um novo momento para a categoria. “Sou marisqueira e pescadora há 19 anos, sempre busquei cursos de beneficiamento, mas agora chegou a grande chance. É como plantar uma semente para colher frutos no futuro. A gente quer continuar junto com o Instituto Ori, comercializar para o comércio local e, quem sabe, fornecer para festas e eventos. É um produto feito com dedicação e cuidado, que pode gerar uma renda digna”, disse.Além dos bolinhos de sardinha, os cursos também abriram espaço para outras alternativas de renda, como o aproveitamento de escamas de peixes em biojoias e artesanatos. O que antes era descartado, hoje se transforma em peças vendidas a até R$ 10 cada, aumentando os ganhos dos trabalhadores.Conforme detalhou José Carlos Bezerra, os números comprovam o potencial da iniciativa. “No caso dos bolinhos, já calculamos o custo de produção e o preço de mercado. Um quilo de sardinha, que antes era vendido por R$ 10 a R$ 15, hoje pode render até R$ 100 na forma de 50 bolinhos vendidos a R$ 2 cada. É até nove vezes mais do que elas ganhariam apenas com a venda do peixe”, explicou.Ele destaca que o mesmo ocorre com as biojoias. “As escamas antes eram jogadas fora. Agora, cada flor artesanal é vendida por R$ 10, um lucro integral, já que era um produto sem valor. O desafio agora é ampliar a escala de comercialização, buscar encomendas e consolidar essa renda de forma contínua”, completou.
Brincos feitos de flor de escamas | Foto: Flávia Requião – Ag. A TARDE
Flor de artesanato feito através de escamas | Foto: Flávia Requião – Ag. A TARDE
Com a Unidade de Beneficiamento de Pescados em andamento, a expectativa é que a produção local ganhe ainda mais fôlego. “Pela primeira vez, poderemos colocar a sardinha na merenda escolar dentro de todos os padrões de qualidade exigidos. Isso representa um ganho tremendo para a comunidade”, concluiu Bezerra.Interessados em contratar produtos das marisqueiras e pescadores podem entrar em contato com José Carlos pelo telefone (71) 99611-9904 ou pelo direct do Instagram @institutoori.Mais resultadosEntre os resultados já alcançados pelas marisqueiras está a venda de 1,4 tonelada de sardinha para uma rede hoteleira, que gerou mais de R$ 17,6 mil em receita.Outras açõesDois participantes do projeto social tiveram acesso gratuito a um evento nacional de gastronomia realizado em Salvador. Durante dois dias de curso voltado à gastronomia e à organização de eventos, puderam ampliar seus conhecimentos e fortalecer competências profissionais, conquistando novas perspectivas para seus negócios.Nos próximos passos, os empreendedores aprofundarão a gestão de seus negócios e passarão por um processo de curadoria para utilizar o Mercado de São Brás como espaço de crescimento e visibilidade de seus produtos.Nova sede do Porto das Sardinhas
Projeto do Porto das Sardinhas
| Foto: Reprodução/Conder
O Porto das Sardinhas, feira livre de pescados localizada no Subúrbio Ferroviário de Salvador, ganhará uma nova sede próxima à atual, com ligação direta a uma estação do VLT. A estrutura de dois andares contará com áreas para processamento, embalagem, armazenamento, cozinhas, túnel de congelamento, salas de defumação, enlatamento e embutidos, além de instalações administrativas e sanitárias.José Bezerra destacou que o espaço permitirá a produção de filés, polpa de sardinha e produtos de maior valor agregado, como defumados e enlatados, elevando a qualidade e a renda dos cerca de 200 trabalhadores, que pode aumentar em até 60%.As obras começaram em 30 de julho, com prazo de um ano e investimento previsto de R$ 2 milhões. Além disso, o VLT terá vagões exclusivos para marisqueiras e ambulantes, garantindo transporte seguro e adequado para seus equipamentos.