Com a Bolsa brasileira negociando a múltiplos historicamente baixos e a expectativa de queda na Selic, investidores atentos enxergam oportunidades em ações descontadas com forte potencial de valorização, destacou quatro empresas com fundamentos sólidos e que estão fora do radar da maioria: Engie (EGIE3), B3 (B3SA3), Panvel (PNVL3) e Boa Safra (SOJA3).
Selic elevada e inflação em queda: cenário de virada?
A taxa Selic em 2025 gira em torno de 15% ao ano — patamar não visto desde 2006. No entanto, sucessivas revisões para baixo no Boletim Focus indicam expectativa de recuo da inflação:
- IPCA de 2025 caiu de 4,95% para 4,86%
- IPCA de 2026 caiu de 4,40% para 4,33%
Com isso, o mercado já projeta queda da Selic para 12,5% em 2026, o que pode favorecer ações sensíveis aos juros.
Além disso, a relação entre os mercados emergentes e os desenvolvidos, medida pelo índice MSCI, mostra que países como Brasil, Turquia e Colômbia estão entre os mais descontados do mundo, com P/L inferior a 7x e dividend yields acima de 6% — cinco vezes o do S&P 500.
As 4 ações subvalorizadas para ficar de olho
- Engie Brasil (EGIE3)
- P/L: 10,67
- P/VP: 2,61
- Dividend Yield: 5,25%
A Engie combina rentabilidade elevada com dívida saudável (2,84x dívida líquida/EBITDA). Apesar do payout momentaneamente mais baixo, a tendência histórica mostra ciclos de investimentos seguidos por alta nos dividendos. A expectativa de queda na Selic deve beneficiar diretamente a empresa, que tem rating AAA e sólida geração de caixa.
- B3 (B3SA3)
- Lucro líquido (2T25): R$ 1,3 bilhão
- Dividend Yield: 2,35% (sem contar recompra)
- Margens: EBIT e líquida acima de 40%
A Bolsa de Valores do Brasil mostrou crescimento expressivo nos segmentos de renda fixa e crédito. Apesar da estagnação no número de investidores e em derivativos de ações, a B3 vem mantendo alta geração de valor com recompra de ações, disciplina de custos e ROI elevado. Com a retomada do apetite por risco, tende a se valorizar.
- Panvel (PNVL3)
- Lojas em 2025: 649 (alta de 111 em 2 anos)
- Lucro líquido ajustado (2T25): R$ 28 milhões (+39% a/a)
- Fluxo de caixa livre: R$ 33,8 milhões
Mesmo após os impactos das enchentes no RS, a Panvel segue ganhando market share no Sul. Com muitas lojas ainda em fase de maturação, a empresa tende a aumentar o retorno sobre patrimônio líquido nos próximos trimestres. O ROI vem crescendo desde 2020 e a queda no P/L com lucro em alta mostra forte assimetria.
- Boa Safra (SOJA3)
- Carteira de pedidos (2T25): R$ 1,6 bilhão (+43%)
- Capacidade de produção: 280 mil big bags em 2025
Empresa do agronegócio voltada para sementes de alta qualidade, a Boa Safra registrou crescimento robusto na demanda. Com faturamento concentrado no segundo semestre, os dados de pedidos e capacidade de entrega indicam um 2025 promissor. A ação está descontada, com preço teto estimado em R$ 15, segundo o analista.
Comparativo das Ações
Empresa | P/L | P/VP | DY (%) | ROE (%) | Destaques |
Engie | 10,67 | 2,61 | 5,25 | Elevado | Margens altas e dívida controlada |
B3 | – | – | 2,35 | Elevado | Diversificação de receitas e recompra |
Panvel | – | – | – | 10% | Expansão agressiva e ROE em alta |
Boa Safra | – | – | – | – | Crescimento recorde de pedidos |
A combinação de ações subvalorizadas, fundamentos sólidos e perspectivas de queda na Selic torna este um dos momentos mais oportunos para montar posições estratégicas na Bolsa brasileira. Engie, B3, Panvel e Boa Safra estão entre os principais nomes com potencial de valorização no ciclo que se aproxima — mas exigem visão de longo prazo e paciência para colher frutos.
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