Atriz de Malhação relata abuso sexual e aborto: “10 anos em silêncio”

A atriz Renata Sayuri, conhecida por atuar em produções como Malhação e Sítio do Picapau Amarelo, revelou neste sábado, 19, um episódio traumático que viveu aos 23 anos: foi estuprada durante uma confraternização de trabalho. A revelação foi feita em um desabafo nas redes sociais, em que ela compartilhou, pela primeira vez, os impactos emocionais e físicos da violência sofrida.

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De acordo com Renata, o abuso ocorreu após ingerir uma bebida e aceitar uma carona de um colega. “O rapaz me ofereceu carona, morava perto do local e ele mudou o caminho. Já saí do local dopada. Não sei de que forma isso aconteceu. Havia bebidas na festa e eu bebi. Na época, eu bebia bem pouco… Não sei, até hoje, qual foi a droga colocada. Fiquei enlouquecida por quase três dias”, relatou.O episódio teve consequências diretas na saúde mental da atriz, que foi diagnosticada com transtorno afetivo bipolar seis meses depois. “Seis meses depois (do abuso), eu estava em um sanatório e fui diagnosticada. Ninguém me perguntou o que havia acontecido. Passei mais de 10 anos com esse luto. Fiquei calada até hoje sobre o que aconteceu.”Ela também compartilhou que, três meses após o abuso, precisou fazer um aborto. “Eu fui violentada e tive que fazer um aborto três meses depois”, revelou. A decisão, segundo ela, foi tomada em silêncio por medo de denunciar alguém com posição de poder dentro da empresa em que trabalhava. “Não processei, nem denunciei, nem me pronunciei à respeito. Tinha 23 anos e ainda era contratada por uma empresa. Foi muito confuso entender como havia acontecido. Havia uma hierarquia de pessoas, a empresa com poder imenso.”Renata ainda refletiu sobre o isolamento emocional e a dificuldade de obter apoio: “Nessas horas, o que você faz? Você toma uma atitude sem consultar o estuprador ou você consulta toda a cúpula? Eu não teria poder aquisitivo para advogados e teria que esperar as definições da cúpula. Se esperasse, estaria gestando, não teria a opção (do aborto).”Com o tempo, os efeitos do trauma continuaram a se manifestar em sua vida. “Diversas vezes, dentro das minhas crises em que ocorre a neurose e a paranoia, já briguei com homens no meio da rua. Por quê? Porque a minha mente vai para aquele lugar de 20 anos atrás. A minha mente ficou buscando como fui entorpecida e drogada. Tenho apagões e não lembro de detalhes. Isso faz a minha mente entrar em pane. Faz buscar explicações que nunca vão existir, para desvendar o que falta na história.”

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