As ações da Vale (VALE3) voltaram a atrair os holofotes do mercado após o recente anúncio de dividendos robustos. No entanto, a queda subsequente das ações gerou dúvidas entre investidores: seria essa uma oportunidade ou um alerta para fugir do papel?
Dividendos generosos: realidade ou armadilha para iniciantes?
Em setembro, a Vale anunciou o pagamento de R$ 1,89 por ação em juros sobre capital próprio (JCP), com data de corte em 12 de agosto e pagamento previsto para 3 de setembro de 2025. Somando aos R$ 2,14 já pagos no ano, o montante total de proventos em 2025 alcança R$ 4,03 por ação, o que representa um dividend yield superior a 7%.
Apesar disso: “O histórico mostra que a Vale é cíclica e pode parar de pagar dividendos quando o minério de ferro despenca”. Exemplo disso foram os anos de 2016 e 2017, quando o pagamento de proventos foi próximo de zero.
Cíclica e volátil: o perfil da mineradora
A Vale é considerada uma empresa cíclica, altamente dependente das oscilações do minério de ferro — seu principal produto. “Quem compra VALE3 precisa ter estômago de aço”. A cotação atual gira em torno de R$ 56, mas já esteve abaixo dos R$ 10 em 2016, e acima de R$ 130 em 2021, quando o minério atingiu máximas históricas.
Além da volatilidade do minério, pesam sobre a tese de investimento os riscos ambientais (como os desastres de Mariana e Brumadinho) e a interferência governamental.
Vale é perene, mas exige maturidade do investidor
A Vale é uma empresa perene e lucrativa, com vantagem competitiva clara frente às rivais Rio Tinto e BHP, graças à qualidade superior do minério de Carajás. Porém, “Não é papel para quem está começando agora no mercado”.
Empresas como Vale, Gerdau, Usiminas e Unipar, embora rentáveis, exigem que o investidor tenha estabilidade emocional e uma carteira já consolidada com ativos que paguem dividendos de forma mais previsível.
Histórico de proventos: altos e baixos
O AGF, plataforma utilizada, aponta dividend yields impressionantes nos últimos anos:
Ano | Dividend Yield (%) |
2025* | 7,18 (parcial) |
2024 | 9,9 |
2023 | 8,0 |
2022 | 8,9 |
2021 | 20,0 (recorde) |
2020 | 2,75 |
2016 | 0,0 |
*Valores pagos até setembro de 2025
Mesmo com oscilações nos proventos, a mineradora figura entre as empresas que mais retornaram capital aos acionistas no mundo nas últimas décadas.
Recomendações: compre, mas com cautela
A análise de consenso no aplicativo AGF mostra um preço teto médio para VALE3 em R$ 104,80, com dividend yield projetado de 7,78%. A margem de segurança atual seria de 85,86%.
Investir em VALE3 pode ser uma excelente escolha para quem busca renda passiva — desde que o investidor esteja preparado para a volatilidade. A recomendação é clara: antes de colocar a Vale na carteira, consolide uma base previdenciária sólida, com ativos que garantam fluxo constante de dividendos.
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