Petróleo pode cair a US$ 50 até 2026 e Ibovespa recua com inflação e ruído político

O mercado financeiro brasileiro começou a quarta-feira, 27 de agosto de 2025, sob o impacto de três fatores principais: a previsão pessimista da Goldman Sachs para o petróleo, a divulgação do IPCA-15 de agosto com deflação menor que o esperado e a demissão de uma diretora do Federal Reserve pelo presidente dos EUA, Donald Trump, gerando temores sobre a independência do banco central norte-americano.

Ibovespa em leve queda com inflação abaixo do esperado

O Ibovespa encerrou o pregão anterior com leve queda de 0,18%, aos 137.771 pontos. A principal influência foi a divulgação do IPCA-15, que registrou deflação em agosto, mas abaixo das expectativas do mercado. O número decepcionou quem aguardava sinais mais firmes de desaceleração da inflação brasileira.

Além disso, pesou sobre o mercado a decisão polêmica de Donald Trump de demitir uma diretora do Fed, o que acendeu alertas quanto à autonomia da autoridade monetária dos EUA — tema que impacta diretamente os juros e, consequentemente, os mercados globais.

As maiores altas do dia ficaram com Minerva (BEEF3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Vibra Energia (VBBR3), todas com ganhos em torno de 3%.

  • Minerva foi beneficiada por relatório do BBA, que destacou melhora nos spreads de exportação e valorização da carne.
  • Pão de Açúcar segue impulsionado pela movimentação da família Diniz, que aumentou participação e propõe mudanças no conselho.
  • Vibra subiu por ajuste técnico, sem fatos relevantes.

Do lado negativo, MRV (MRVE3) caiu 3,4% devido ao desempenho fraco de ativos nos EUA.
Raízen (RAIZ4) recuou 2,86% por temores de endividamento e especulação de novos sócios, como a Petrobras.
Yduqs (YDUQ3) caiu 2,29% em meio a rumores de fusão com a Cogna.

Fluxo estrangeiro segue positivo, mas moderado

No dia 25 de agosto, a bolsa brasileira recebeu R$ 94,9 milhões em fluxo de capital estrangeiro. No acumulado do mês, o saldo é positivo em R$ 112,1 milhões. Em 2025, o acumulado soma R$ 20,18 bilhões. Apesar de positivo, analistas alertam que esse “pinga-pinga” não configura uma tendência robusta de entrada de capital.

As bolsas norte-americanas abriram o dia em leve alta:

  • Dow Jones +0,05%
  • S&P 500 +0,05%
  • Nasdaq +0,07%

Investidores acompanham o balanço da Nvidia, que será divulgado após o fechamento do pregão.

Na Europa, Alemanha recua 0,18%, enquanto França (+0,46%) e Reino Unido (+0,01%) operam com leves ganhos.

Na Ásia, a China fechou em queda de 1,76%.

Petróleo volátil e projeção alarmante da Goldman Sachs

O petróleo Brent teve leve recuperação de 0,03%, cotado a US$ 67 o barril. No entanto, o destaque veio de um relatório da Goldman Sachs, que projeta queda para até US$ 50 o barril até 2026. A justificativa está no excesso de oferta global e aumento dos estoques dos países da OCDE.

O banco considera dois possíveis fatores de sustentação:

  • Acúmulo de reservas por parte da China
  • Redução da produção russa

Mesmo assim, mesmo no cenário alternativo, o Brent só alcançaria US$ 62 — ainda abaixo da cotação atual. A estimativa negativa pressiona o setor de energia e impacta projeções de empresas como Petrobras e PRIO.

Giro corporativo: B3, Ferbasa e Petrobras em destaque

  • B3 (B3SA3) anunciou a aquisição de 62% da TIPi, empresa de tecnologia de pagamentos, por R$ 37 milhões. A compra do restante está prevista até 2030.
  • Ferbasa (FESA3; FESA4) aprovou JCP de R$ 5 milhões, com pagamento em 18 de setembro e base acionária no dia 2.
  • Petrobras (PETR4) iniciou testes ambientais exigidos pelo Ibama na margem equatorial. A decisão final sobre a licença depende da resposta aos testes, que simulam incidentes ambientais.

A AGF destacou a Indústrias Romi (ROMI3) como empresa relevante do setor de bens de capital. Fundada em 1934, a empresa lançou o primeiro trator 100% brasileiro e o icônico Romi-Isetta.

Hoje, a Romi tem 13 fábricas (11 no Brasil, 2 na Alemanha) e produz cerca de 2.900 máquinas industriais por ano. A exportação para os EUA representa apenas 2% da receita, minimizando impacto das tarifas americanas.

Resultados do 2T25:

  • Receita líquida: R$ 316 milhões (+7%)
  • EBITDA: R$ 28 milhões (-17%)
  • Lucro líquido: R$ 16 milhões

Agenda do dia: CAGED e dívida pública

Às 14h30, será divulgado o CAGED de julho, com expectativa de criação de 135 mil vagas formais. Em junho, foram 166 mil. No mesmo horário, sai o Relatório da Dívida Pública, ambos referentes a julho.

Expectativas para o pregão

Com o mercado internacional abrindo em estabilidade e sem grandes vetores domésticos, o dia deve ser de viés neutro ou leve alta, segundo analistas. Porém, volatilidade política e ruídos sobre o Fed seguem no radar. O volume financeiro deve ser monitorado de perto, especialmente em relação à presença de investidores estrangeiros.

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