A Petrobras iniciou nesta semana uma avaliação pré-operacional (APO) com o navio-sonda NS-42, de propriedade da Foresea e afretado pela estatal, na região da Margem Equatorial do Brasil, localizada em águas profundas do Amapá. O objetivo é demonstrar capacidade técnica e de segurança para que o Ibama conceda a licença necessária para perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-59, situado a 175 quilômetros da costa e a mais de 500 km da foz do Rio Amazonas.
A estatal acredita que a área tem alto potencial de descobertas, semelhante ao que ocorreu em países vizinhos, como Suriname e Guiana, que já identificaram grandes reservas de petróleo em formações geológicas parecidas.
Detalhes da simulação
Durante o exercício, o Ibama avaliará a eficácia das ações previstas nos Planos de Proteção à Fauna e de Emergência, fundamentais para mitigar riscos em uma região considerada ambientalmente sensível.
A operação contará com mais de 400 pessoas, embarcações de apoio, helicópteros e a própria sonda NS-42, posicionada exatamente no local onde será perfurado o poço caso a licença seja aprovada. A avaliação inclui a simulação de um acidente, com o intuito de testar a rapidez da resposta, eficiência dos equipamentos e preservação da fauna marinha.
Esse procedimento já foi adotado em 2023, no litoral do Rio Grande do Norte, antes da liberação para perfuração dos poços Pitu Oeste e Anhangá.
Resistências e expectativas
Apesar do entusiasmo da Petrobras, a perfuração na região enfrenta resistência de setores do governo e de ambientalistas, que apontam riscos socioambientais significativos. A Margem Equatorial está próxima de áreas de alta biodiversidade e da foz do maior rio do mundo em volume de água.
Ainda assim, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou que a empresa atuará dentro dos mais rígidos protocolos de segurança:
“Levaremos ao Amapá a maior estrutura de resposta a incidentes já mobilizada pela empresa. A confirmação da existência de petróleo na Margem Equatorial poderá abrir uma importante fronteira energética para o país, integrada à transição energética de forma justa, segura e sustentável”, afirmou.
Impacto estratégico para o Brasil
A Margem Equatorial é vista como uma das últimas grandes fronteiras exploratórias do mundo. Se confirmadas as reservas, o Brasil poderá ampliar sua produção de petróleo, garantindo novas receitas e fortalecendo sua posição no cenário global de energia, ao mesmo tempo em que busca equilibrar esse avanço com o compromisso ambiental e de transição para fontes renováveis.
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