A Maison Margiela anunciou oficialmente o lançamento de um projeto inédito chamado “Line 2”, iniciativa que busca estreitar os laços da grife com o universo artístico e com a comunidade criativa. A estreia está marcada para acontecer durante a próxima edição da Frieze, em Seul, onde os artistas coreanos Heemin Chung e Joyul apresentarão uma instalação concebida especialmente para a ocasião.
Diferente das tradicionais coleções de moda, a proposta da “Line 2” não se concentra em roupas ou acessórios, mas em experiências culturais que exploram narrativas e conceitos associados à identidade da marca. Para Gaetano Sciuto, CEO da maison, o projeto simboliza uma nova forma de diálogo com o público, indo além do consumo de luxo para fomentar pertencimento e engajamento, de acordo com o portal Hypnotique.

O nome “Line 2” faz referência ao sistema numérico que caracteriza os produtos da Margiela desde a década de 1980. Quando a casa passou a identificar categorias como calçados, fragrâncias e desfiles com números específicos. O dígito dois, agora, representa atividades intangíveis – colaborações, eventos e ações culturais que não se materializam em peças de moda, mas em experiências criativas.
Esse movimento acompanha uma tendência crescente no setor de luxo, em que marcas reforçam sua presença em espaços artísticos e culturais. A Dior, por exemplo, já levou obras de Chardin para um de seus desfiles masculinos. Por outro lado, a Celine ofereceu acesso gratuito a exposições no Centre Pompidou. No caso da Margiela, o pontapé inicial em Seul demonstra um caminho estratégico de expansão em direção a projetos que extrapolam a passarela.
Explorando novos ares
Desde sua criação, a Maison Margiela construiu uma reputação marcada pelo espírito enigmático e vanguardista, explorando desconstruções, reaproveitamento de peças vintage e experimentações radicais com formas. Essa herança ganha novo fôlego com a chegada de Glenn Martens à direção criativa. Embora a “Line 2” tenha começado a ser desenhada antes de sua entrada, Martens abraçou a iniciativa como extensão natural da identidade da grife. Segundo Sciuto, o estilista está “totalmente alinhado” com essa visão.
O impacto da nova direção criativa já havia sido sentido em julho, quando Martens estreou na alta-costura com um desfile celebrado pela crítica. Neste, máscaras metálicas amassadas simbolizavam a tensão entre anonimato e espetáculo.
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