Os contratos futuros do petróleo bruto WTI caíram para cerca de US$ 64 por barril nesta sexta-feira (29), marcando trajetória de perda mensal de quase 8%, após três meses consecutivos de alta. O movimento ocorre em meio a expectativas de redução no consumo de combustível nos Estados Unidos com o fim da temporada de viagens de verão, além da previsão de excesso de oferta global nos próximos trimestres.
Impacto da AIE e da OPEP+
A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que a oferta deve superar a demanda até o fim do ano, cenário que pressiona os preços. Além disso, os esforços da OPEP+ para restaurar capacidade ociosa aumentam a percepção de que haverá maior volume disponível no mercado internacional.
Ao mesmo tempo, dados recentes mostraram que os estoques de petróleo nos EUA caíram em agosto, mas em ritmo menor que o esperado, sinalizando que o consumo pode estar enfraquecendo. A produção norte-americana segue robusta, com cerca de 13,4 milhões de barris por dia, mantendo a pressão sobre os preços.
Geopolítica e riscos de oferta
Apesar da tendência de queda, o mercado encontrou suporte parcial em riscos geopolíticos. Investidores monitoram ataques de drones ucranianos a terminais russos e aguardam possíveis comentários do ex-presidente Donald Trump sobre sanções mais rígidas à Rússia.
Outro ponto de atenção é a postura da Índia, que vem sendo pressionada pelos EUA a reduzir a compra de petróleo russo. Analistas, contudo, avaliam que as importações indianas podem aumentar em setembro, o que adiciona incerteza às previsões de mercado.
Panorama das commodities energéticas
O desempenho das commodities energéticas mostra que o petróleo não está sozinho na volatilidade. Enquanto o WTI e o Brent registraram quedas expressivas no mês, o etanol e o gás natural apresentaram valorização, refletindo fatores sazonais e de oferta.
Tabela – Preços e variações das principais commodities energéticas
| Commodity | Preço Atual (US$) | Variação Diária | Variação Mensal | Variação Anual |
|---|---|---|---|---|
| Petróleo WTI | 64,37 | -0,36% | -7,98% | -12,42% |
| Brent | 67,72 | -0,38% | -6,49% | -11,92% |
| Gás Natural | 2,96 | +0,61% | -2,62% | +39,40% |
| Gasolina | 1,98 | -0,40% | -10,17% | -5,44% |
| Óleo de Aquecimento | 2,30 | -0,67% | -4,69% | +0,52% |
| Carvão | 109,55 | -1,79% | -5,15% | -23,53% |
| Etanol | 1,91 | +2,00% | +9,61% | +1,33% |
| Óleo dos Urais | 62,22 | +0,92% | -7,08% | -17,51% |
O mercado segue dividido entre fundamentos de oferta e fatores de risco. Se por um lado o excesso de produção pode derrubar os preços para patamares ainda mais baixos, tensões geopolíticas e restrições logísticas podem sustentar o petróleo em níveis próximos de US$ 65 a US$ 70 por barril.
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