A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo explosivo nesta quinta-feira (10), com a aplicação de tarifas retaliatórias pela China e uma resposta imediata e agressiva do ex-presidente americano Donald Trump.
A China anunciou que passará a taxar 84% das importações provenientes dos Estados Unidos, em clara retaliação às tarifas americanas impostas anteriormente. A medida é vista como um forte recado político e econômico, intensificando a disputa entre as duas maiores economias do mundo.
Em resposta imediata, Donald Trump pré-candidato republicano à presidência subiu a tarifa de importação para produtos chineses de 34% para impressionantes 125%. Segundo ele, a decisão se justifica porque “a China faltou com respeito aos Estados Unidos ao retaliar as taxações”. O movimento surpreendeu os mercados pela sua agressividade e gerou forte reação nos bastidores da diplomacia internacional.
Contudo, em uma manobra inesperada, Trump também anunciou uma redução temporária por 90 dias das tarifas de importação para alguns países, numa tentativa de reequilibrar as relações comerciais e fomentar negociações. A Casa Branca evitou classificar a medida como recuo e a apresentou como uma “estratégia planejada de pressão”.
Reduções pontuais beneficiam Vietnã e África do Sul
Entre os países beneficiados pela redução temporária nas tarifas estão o Vietnã, que teve a alíquota reduzida de 46% para 10%, e a África do Sul, cuja tarifa caiu de 30% para 10%. O Brasil, por outro lado, permanece com a taxa mínima de 10% e não recebeu qualquer alteração neste novo pacote.
A medida pode ser interpretada como uma tentativa de Trump de atrair aliados econômicos estratégicos para contrabalancear a força comercial da China, principalmente no Sudeste Asiático e no continente africano, regiões em que os Estados Unidos vêm buscando maior influência.
Mercados asiáticos reagem com forte alta
Apesar da tensão, os mercados asiáticos reagiram positivamente às movimentações. Os principais índices fecharam o pregão em forte alta:
- Xangai: +1,16%
- Shenzhen: +2,25%
- Hong Kong (Hang Seng): +1,97%
- Japão (Nikkei 225): +8,9%, alcançando os 34.594 pontos
- Coreia do Sul (Kospi): +6,6%
O desempenho positivo das bolsas reflete a leitura de que a ofensiva tarifária americana pode trazer oportunidades pontuais para países emergentes em determinados setores, além de indicar que os investidores esperam que as negociações avancem nos próximos meses.
Contexto e próximos passos
O recrudescimento da guerra comercial acontece em meio ao processo eleitoral norte-americano, em que Trump tenta se reposicionar como defensor da indústria e dos empregos locais. A escalada tarifária com a China, somada a cortes seletivos de tarifas para aliados estratégicos, reforça essa narrativa de proteção econômica, ainda que o impacto global siga imprevisível.
Especialistas alertam que o prolongamento dessa disputa pode gerar volatilidade nos mercados, afetar cadeias produtivas e pressionar a inflação global. O mundo agora observa os próximos movimentos de Pequim e a reação dos mercados europeus e americanos à nova estratégia de Washington.
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