O fundo de investimento em cadeias agroindustriais XPCA11 (Fiagro) acumula uma alta expressiva de 28% até maio de 2025, após enfrentar forte desvalorização no fim de 2024 devido à recuperação judicial da Agrogalaxy. Mesmo com essa recuperação parcial, o fundo segue negociado com um desconto de 21% sobre o valor patrimonial, o que abre espaço para mais 26% de valorização até o chamado “preço justo”.
Além do potencial de ganho de capital, o XPCA11 tem se destacado pela distribuição consistente de dividendos mensais, que subiram de R$ 0,10 em março para R$ 0,11 em maio. Com o valor de cota em R$ 7,51, o dividend yield mensal é de 1,46%, o que equivale a impressionantes 19% ao ano, isento de imposto de renda.
Desempenho e histórico de distribuição
O XPCA11 apresentou uma retomada significativa desde o início do ano, quando suas cotas estavam abaixo de R$ 6. Com a valorização recente, o fundo retoma parte das perdas causadas por eventos de crédito adversos e já paga rendimentos semelhantes aos praticados durante períodos de Selic elevada, quando chegou a distribuir R$ 0,14 por cota.
Segundo o último relatório gerencial (março/2025), o fundo possui:
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Liquidez média diária de R$ 948 mil;
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Patrimônio líquido de R$ 432 milhões;
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Mais de 98 mil cotistas ativos;
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Alocação de 78,3% em CRAs, 3,1% em cotas de Fiagro Fidic e 8,6% em caixa;
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Composição majoritariamente indexada ao CDI (89%), favorecendo a rentabilidade em um cenário de juros altos.
Comparativo com CDBs e simulações de longo prazo
Em simulações comparativas, o XPCA11 supera aplicações como CDBs que rendem 100% do CDI. Considerando uma rentabilidade mensal líquida de 1,46% contra 0,95% do CDB líquido de IR, um investimento de R$ 10 mil renderia R$ 56,9 mil em 10 anos no XPCA11, contra R$ 31 mil no CDB.
“Magic number” e reinvestimento de dividendos
Com base no valor atual da cota (R$ 7,51) e nos dividendos (R$ 0,11), o “magic number” para o XPCA11 é de 69 cotas, o que exige um aporte de cerca de R$ 518. A partir dessa quantidade, o investidor consegue comprar 1 nova cota por mês apenas com os dividendos recebidos, potencializando o efeito dos juros compostos no longo prazo.
Análise do portfólio e principais riscos
O portfólio do XPCA11 está distribuído entre setores como usinas de açúcar e etanol (22,1%), cooperativas (16,1%) e etanol de milho (11,1%), com maior exposição regional no Mato Grosso (29,8%). Entre os maiores devedores estão empresas como Sierentes, Flora, Marfrig e BRF, além da Agrogalaxy, ainda em processo de recuperação judicial e que representa cerca de 5,3% do patrimônio líquido.
A diversificação da carteira e a pulverização entre os emissores ajudam a mitigar riscos de crédito, especialmente após ajustes e monitoramento reforçado por parte da gestão.
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