Os 3 erros ao investir em fundos imobiliários que podem custar caro — e como evitá-los

Investir em fundos imobiliários (FIIs) pode ser uma das formas mais inteligentes de gerar renda passiva no Brasil. Mas, como todo mercado, ele exige estratégia, disciplina e visão de longo prazo. Mateus Lima, investidor e fundador do canal TioFiis, compartilhou três erros que cometeu ao longo de 10 anos investindo nesse segmento — deslizes que podem servir como alerta para quem deseja evitar prejuízos.

Erro 1 — Queimar a largada em momentos de crise

Durante a crise de 2020, marcada por circuit breakers na Bolsa e forte volatilidade, Mateus cometeu o que considera um dos seus maiores erros: investir todo o caixa disponível de uma só vez.
Na época, ele tinha cerca de R$ 20 mil para investir e aplicou tudo após dois dias de queda, sem saber que o mercado continuaria caindo por semanas.

O problema: Ao gastar todo o caixa rapidamente, perdeu a oportunidade de aproveitar preços ainda mais atrativos no período seguinte.

A lição:

  • Sempre mantenha uma reserva de oportunidade.

  • Em momentos de forte volatilidade, faça aportes fracionados.

  • Divida seu capital em várias entradas, aproveitando diferentes níveis de preços.

Erro 2 — Excesso de alocação em fundos de papel

Com a disparada da inflação em 2021, Mateus aumentou de forma agressiva a exposição a fundos de papel (que investem em títulos de crédito imobiliário), chegando a 70% da carteira.

O movimento trouxe ganhos de curto prazo com dividendos elevados, mas também aumentou o risco de crédito. Diferente de fundos de tijolo, os de papel não possuem imóveis físicos como garantia — um problema sério caso haja inadimplência.

O problema: Desequilíbrio na carteira e maior risco em cenários de crise.

A lição:

  • Fundos de tijolo devem ter peso majoritário na carteira, pois oferecem segurança e proteção contra crises.

  • Diversifique entre diferentes tipos de FIIs para equilibrar risco e retorno.

  • Não deixe a busca por rendimentos altos comprometer a solidez do portfólio.

    Quadro Comparativo — 3 Erros ao Investir em Fundos Imobiliários e Como Evitá-los

    Erro Cometido Consequência Como Evitar
    1. Queimar a largada em momentos de crise Perdeu oportunidades de compra a preços mais baixos e ficou sem caixa para novas entradas. Mantenha uma reserva de oportunidade e faça aportes fracionados ao longo do tempo.
    2. Excesso de fundos de papel na carteira Aumento do risco de crédito e vulnerabilidade em crises. Priorize fundos de tijolo como base da carteira e mantenha diversificação entre tipos de FIIs.
    3. Pagar acima do valor patrimonial em fundos de papel Risco de perda de capital e baixa valorização no longo prazo. Analise o P/VPA antes de investir e busque ativos com margem de segurança.

Erro 3 — Pagar caro em fundos de papel

Mesmo sabendo da importância de respeitar o valor patrimonial (VP), em 2021 Mateus comprou cotas de um fundo de papel acima de 15% do VP.
Ele reconhece que o fundo estava na moda, com altas distribuições, mas lembra que fundos de papel tendem a não se valorizar no longo prazo, pois seus ativos (dívidas) têm prazo de vencimento.

O problema: Comprar acima do valor patrimonial em fundos que não têm potencial de valorização gera risco de perda de capital.

A lição:

  • Antes de investir, analise P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial).

  • Evite fundos de papel com preços muito acima do VP.

  • Priorize ativos que combinem rentabilidade com margem de segurança.

Resumo das lições

  1. Não invista todo o caixa de uma vez — use aportes fracionados para aproveitar diferentes preços.

  2. Mantenha equilíbrio na carteira — fundos de tijolo oferecem mais segurança patrimonial.

  3. Respeite o valor patrimonial — pagar caro reduz o potencial de retorno.

Por que esses erros são comuns?

Muitos investidores, especialmente iniciantes, são influenciados por viés comportamental — medo de perder oportunidades, busca por retornos rápidos e influência de modismos de mercado.
O resultado? Decisões precipitadas que podem custar caro no médio e longo prazo.

Como aplicar esse aprendizado

Para investir melhor em fundos imobiliários:

  • Tenha um planejamento claro e metas de longo prazo.

  • Diversifique entre setores (logística, shoppings, escritórios) e tipos de fundos (tijolo e papel).

  • Use análise fundamentalista para identificar ativos de qualidade.

  • Não se deixe levar apenas por dividendos altos.

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