A Vale divulgou sua atualização pós-segundo trimestre de 2025, destacando a recuperação gradual de fundamentos, a diversificação de portfólio e o desconto frente a concorrentes internacionais. Apesar da queda nos dividendos em relação a 2024, a empresa mantém projeção anual acima de R$ 4 por ação e um valuation atrativo para investidores de longo prazo.
Diversificação estratégica e presença global
A mineradora, segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, concentra cerca de 90% da produção no Brasil, com destaque para o sistema Carajás, que oferece minério de alta qualidade. Além do ferro, a Vale acelera investimentos em cobre e níquel, mirando oportunidades ligadas à transição energética.
As operações estão distribuídas em 19 países, com joint ventures estratégicas e produção relevante no Canadá. O foco de expansão inclui minas como Salobo e Sossego (Brasil), além de Sudbury, Thompson e Voisey’s Bay (Canadá).
Exposição geográfica das receitas
Região | Participação na Receita de Cobre e Níquel (%) |
---|---|
Europa | 46% |
Estados Unidos | 13% |
China | 13% |
Outros mercados | 28% |
Resultados e dividendos
O fluxo de caixa livre se manteve positivo, com R$ 12 bilhões no 2T25, impulsionado por um cenário de câmbio estável e recuperação do minério de ferro desde julho.
O dividendo líquido anunciado foi de R$ 1,61 por ação, com data-corte em 12 de agosto e pagamento em 3 de setembro — queda frente aos R$ 1,78 do mesmo período em 2024. A expectativa para o fechamento de 2025 é de distribuição entre R$ 4,00 e R$ 4,10 por ação.
Projeção de Dividendos e Preço Teto 2025
Projeção de Dividendos (R$) | Preço Teto Estimado (R$) |
---|---|
4,00 | 62,50 |
4,10 | 68,00 |
O consenso de mercado coloca a ação entre R$ 61 e R$ 66 nos próximos 12 a 18 meses. No comparativo com a concorrente brasileira CSN Mineração (CMIN), a Vale apresenta maior robustez operacional, embora com menor dividend yield no curto prazo.
Frente a gigantes globais como BHP, Rio Tinto e Glencore, a Vale se destaca com menor P/L, EV/EBITDA e P/VP, além de um earning yield de 15,7% — o maior entre as principais mineradoras listadas. Pela fórmula de Benjamin Graham, o preço justo projetado chega a R$ 75.
Cenário e perspectivas
A sazonalidade do minério de ferro aponta para alta entre setembro e março, com preços-alvo de US$ 121 a US$ 127 por tonelada. No curto prazo, a volatilidade global e o ritmo de cortes de juros nos EUA podem influenciar o desempenho, mas o cenário de médio prazo segue positivo para a Vale.
O P/VP atual de 1,1 ainda mostra espaço para valorização, considerando que em períodos de forte desconto, como 2015, o índice chegou a 0,9. Para investidores com visão de longo prazo, o ativo permanece estratégico, combinando potencial de valorização e geração de caixa sólida.
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