Na costa de Norfolk, Reino Unido, o amanhecer foi palco de um dos protestos ambientais mais ousados dos últimos anos. Ativistas do Greenpeace, em parceria com o renomado artista britânico Sir Anish Kapoor, instalaram uma obra monumental na plataforma de gás Skiff, operada pela Shell.
O projeto, batizado de “Butchered”, foi concebido para expor, de forma simbólica e impactante, as “feridas” que a exploração de petróleo e gás inflige ao planeta. A instalação, de 12 metros por 8 metros, foi coberta com mil litros de pigmento vermelho natural e biodegradável, simbolizando o sangue derramado pela degradação ambiental causada pelas grandes petrolíferas.
Segundo Kapoor, vencedor do Prêmio Turner, a arte foi pensada como um grito de denúncia. “Precisamos dar voz a essa atividade criminosa e moralmente corrupta que acontece diante de nós todos os dias”, declarou o artista.
O Greenpeace reforçou que a ação, embora arriscada, busca chamar atenção para a crise climática, que já registra verões de calor extremo na Europa e impactos ainda mais severos no hemisfério sul.
Reação da Shell
Em nota oficial, a Shell classificou a invasão como “extremamente perigosa” e “ilegal”, alegando que os manifestantes colocaram suas próprias vidas e a de trabalhadores em risco. A empresa afirmou respeitar o direito ao protesto, desde que dentro da lei.
Arte como resistência
Kapoor reconhece que a obra é um ato político, mesmo que não tenha sido concebida com esse objetivo explícito. “A crítica é bem-vinda. Esse é o ponto da arte: provocar reflexão e questionamento”, afirmou.
O artista também convocou colegas do mundo das artes a se posicionarem: “As questões ambientais são tão graves que não podemos mais nos calar. Precisamos agir, mesmo que isso signifique desafiar limites.”
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