O Porto de Paranaguá, um dos mais estratégicos do Brasil, alcançou um novo patamar no cenário global ao obter em 2023 a certificação Ecoports, concedida pela Organização Europeia de Portos Marítimos (ESPO). Esta conquista coloca Paranaguá em posição de destaque entre os principais portos sustentáveis do mundo. A certificação é fruto de um rigoroso processo de três anos, alinhado às exigências da ISO 14001 e ao sistema PERS, e atesta o compromisso com práticas ambientais modernas e eficientes.
Luiz Fernando Garcia, CEO do porto, destacou que o reconhecimento oferece credibilidade internacional e segurança para investidores e operadores globais. Desde 2025, mais de R$ 2,17 bilhões foram aplicados em infraestrutura, com atenção especial à sustentabilidade e inovação tecnológica.
Moegão: o grande projeto de aceleração logística
Entre os empreendimentos em andamento, o terminal Moegão se destaca como um marco da nova era logística brasileira. Com 67% das obras concluídas, o terminal de grãos representa um investimento de R$ 1,1 bilhão e tem como objetivo triplicar a velocidade de embarque de navios — passando para 8 mil toneladas por hora.
O projeto também prevê a redução do número de travessias ferroviárias urbanas de 16 para 5 e a criação de três linhas ferroviárias independentes, permitindo o descarregamento simultâneo de 180 vagões. Isso impactará diretamente a competitividade do Brasil nas exportações de soja e milho, principais commodities agrícolas do país.
Leilões e grandes players: setor privado impulsiona modernização
A iniciativa pública foi acompanhada por massivos investimentos privados. Os leilões dos terminais PAR14, PAR15 e PAR25 atraíram empresas de peso como Cargill, Louis Dreyfus Company e BTG Pactual Commodities, que injetaram centenas de milhões de reais para ampliação e modernização da estrutura portuária.
No caso da Cargill, o aporte no PAR15 ultrapassa R$ 293 milhões, com destaque para o investimento de R$ 311 milhões na construção de um novo píer em formato de T. Essa estrutura será essencial para receber navios de maior porte, aumentando significativamente a capacidade operacional do porto.
Corredor de Exportação Leste transforma cenário urbano e logístico
O Corredor de Exportação Leste (Corex) tem gerado um movimento acelerado de desenvolvimento urbano e imobiliário em Paranaguá e arredores. A modernização do porto, aliada ao crescimento da malha ferroviária e rodoviária, está atraindo empreendedores focados em galpões logísticos, centros de distribuição e câmaras frigoríficas.
Com apoio do BNDES (R$ 650 milhões) e do Novo PAC (R$ 54,7 bilhões em infraestrutura nacional), a região se torna uma oportunidade para investidores de longo prazo que desejam se beneficiar da valorização imobiliária em torno de ativos logísticos de alto desempenho.
Conectividade nacional: Ferroeste impulsiona integração logística
A nova linha férrea Ferroeste, que conectará Paranaguá aos polos agrícolas do interior do Brasil, promete revolucionar o escoamento de grãos e reduzir significativamente os custos logísticos. A iniciativa fortalece a posição de Paranaguá como elo-chave entre o agronegócio brasileiro e o mercado internacional, reduzindo a dependência de rodovias e aumentando a eficiência ambiental do transporte de carga.
Oportunidades de investimento: infraestrutura, imóveis e logística
Para investidores atentos às megatendências de logística e sustentabilidade, o Porto de Paranaguá oferece múltiplas avenidas de capitalização:
- Infraestrutura portuária: fundos de infraestrutura ou private equity voltados a portos brasileiros podem capturar o crescimento de longo prazo impulsionado por projetos como Moegão e os terminais PAR.
- Setor imobiliário logístico: terrenos e galpões próximos ao Corex devem valorizar com a expansão do porto.
- Empresas parceiras: gigantes como Cargill e Louis Dreyfus estão profundamente integradas à operação portuária e se posicionam para lucros crescentes com o avanço do comércio exterior brasileiro.
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